Os pais dos 43 estudantes desaparecidos no México retomaram nessa terça-feira(13) o diálogo com o governo federal. Eles voltaram a exigir a abertura de uma investigação sobre o papel do Exército nos acontecimentos de 26 de setembro.
Em reunião na sede da Procuradoria-Geral da República, as famílias dos jovens desaparecidos conversaram com o ministro do Interior mexicano, Miguel Ángel Osorio, com o procurador Jesús Murillo, e com o diretor da Agência de Investigação Criminal da procuradoria, Tomás Zerón, entre outros funcionários.
Em declarações à imprensa, o advogado das famílias, Vidulfo Rosales, classificou o encontro de "pobre" e disse que os avanços na investigação são “limitados”, apesar dos 97 detidos no âmbito dos atos violentos de 26 de setembro em Iguala, no estado de Guerrero. "Dizem-nos que as investigações que estão sendo feitas conduzem à lixeira do município de Cocula”, afirmou.
Na noite de 26 de setembro, um grupo de policiais municipais disparou contra dezenas de alunos de uma escola voltada à formação de professores, por ordens do administrador de Iguala, José Luis Abarca, deixando seis pessoas mortas e 25 feridas.
Os policiais capturaram 43 jovens e os entregaram ao cartel de traficantes de droga Guerreros Unidos. Integrantes do cartel já disseram que os estudantes foram assassinados e queimados em uma lixeira. Apenas um corpo foi identificado até agora.
Naquela noite, membros do Exército teriam presenciado o ataque sem intervir, por isso os pais querem que as autoridades investiguem a atuação dos militares.