Trezentos sobreviventes do antigo campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau participam hoje (27) das comemorações do 70º aniversário da libertação do campo de concentração, data que lembra o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A maioria dos sobreviventes de Auschwitz tem mais de 90 anos.
Além dos sobreviventes, representantes de mais de 40 países confirmaram presença nas cerimônias. O nome de Portugal irá figurar em uma placa, descerrada durante as cerimônias, em que vão constar os vários países que apoiam a preservação das instalações do antigo campo de concentração e de extermínio.
Até há poucos dias, a lista de presença nas cerimônias, divulgada pelo Museu de Auschwitz-Birkenau, indicava 11 chefes de Estado europeus, entre eles os da Alemanha, França, Polônia, Áustria e Ucrânia.
A ausência do presidente russo, Vladimir Putin, marca os preparativos das comemorações que assinalam a chegada, em 1945, das tropas soviéticas ao complexo nazista. O Kremlin lamentou que Putin não tenha recebido um “convite oficial” para as cerimônias, tendo posteriormente confirmado que a Rússia estará representada pelo chefe da administração presidencial, Serguei Ivanov.
O evento conta também com os reis da Bélgica (Felipe e Matilde) e da Holanda (Guilherme Alexandre e Máxima).
Os Estados Unidos estarão representados pelo secretário do Tesouro, Jack Lew, e o Vaticano pelo cardeal polonês Stanis aw Dziwisz, que foi secretário pessoal do Papa João Paulo II durante 39 anos.
O campo Auschwitz-Birkenau foi construído pelas forças alemãs em 1940 para ser um lugar de encarceramento de cidadãos poloneses. A partir de 1942, o local transformou-se no complexo principal da política de extermínio do regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Entre 1940 e 1945, mais de 1,1 milhão de pessoas morreram no local, a maioria judeus, mas também poloneses ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e prisioneiros de outras etnias.
Os nazistas iniciaram o processo de evacuação de Auschwitz em 17 de janeiro de 1945, quando estariam no campo de concentração cerca de 56 mil prisioneiros. Entre 9 mil e 15 mil pessoas morreram durante as Marchas da Morte da evacuação.
Dez dias depois, o complexo de concentração e de extermínio de Auschwitz-Birkenau, no Sul da Polônia (a cerca de 60 quilômetros de Cracóvia), foi libertado pelas forças do Exército Vermelho, da ex-União Soviética.
O Museu de Auschwitz-Birkenau foi aberto em 1947 nas instalações do antigo campo de concentração, que foi declarado Patrimônio da Humanidade da Unesco em 1979, passando a ser um dos principais símbolos do Holocausto em todo o mundo. Atualmente, cerca de 1,5 milhão de pessoas visitam anualmente o museu.