A Unicef condenou nesta terça-feira o sequestro de 21 crianças na Costa do Marfim desde dezembro, cujos corpos mutilados de 20 delas foram encontrados.
"Essas crianças foram encontradas mortas e mutiladas, e condenamos nos termos mais firmes esses atos imperdoáveis", declarou nesta terça em Genebra um porta-voz da Unicef.
"São violações muito graves dos direitos da infância, e o governo deve informar a população local dos riscos que correm as crianças" sequestradas na rua.
Na Costa do Marfim, as crianças são "duramente expostas a violências físicas e sexuais, bem como à mutilação", indicou o porta-voz que exige que o caso seja esclarecido pelas autoridades.
Questionado sobre uma possível ligação entre esses crimes, a próxima eleição presidencial e sacrifícios em rituais, o porta-voz respondeu que "todos os tipos de rumores tem circulado", sem dar mais detalhes.
A direção da polícia da Costa do Marfim anunciou na semana passada que vinte crianças foram sequestradas em menos de dois meses, observando que a maioria dos corpos foram encontrados mutilados, aumentando os temores de um surto de sacrifícios rituais. Destes, apenas um foi encontrado vivo.
A polícia, alertada sobre esta situação "preocupante", não realizou nenhuma prisão até o momento.
A Costa do Marfim, que tenta sair de uma década de crise política e militar, deve organizar em outubro uma eleição presidencial fundamental que deve trazer a paz ao país.
Nos anos de eleições na Costa do Marfim é comum circular rumores sobre desaparecimentos, principalmente de albinos, com a finalidade de sacrifício humano.