Dez cadáveres encontrados em crematório abandonado no México

Guerrero, um dos estados mais pobres do México, é foco de atenção desde o desaparecimento no município de Iguala, no dia 26 de setembro, de 43 estudantes
Da AFP
Publicado em 06/02/2015 às 9:44


Dez cadáveres em avançado estado de decomposição foram encontrados em um crematório particular abandonado e localizado perto de uma exclusiva zona do turístico porto de Acapulco, no estado de Guerrero (sul), informou à AFP na madrugada desta sexta-feira uma autoridade policial.

O Exército, a Polícia Federal e a Gendarmaria mobilizaram um grande contingente depois de receber uma denúncia anônima alertada pelo cheiro que saía do crematório "Del Pacífico", localizado no bairro Llano Largo, próximo à área turística de alto luxo denominada "Diamante" de Acapulco, no estado de Guerrero.

Nas primeiras horas desta sexta-feira os cadáveres já haviam sido levados a instalações oficiais, disse uma autoridade de alto escalão da polícia estatal.

Guerrero, um dos estados mais pobres do México, é foco de atenção desde o desaparecimento no município de Iguala, no dia 26 de setembro, de 43 estudantes.

Os pais dos jovens, dos quais apenas um foi identificado em exames de DNA em um laboratório da Áustria, afirmam que seus filhos seguem vivos e que estão em algum lugar em poder das Forças Armadas, já que sobreviventes do ataque declararam que militares e policiais federais estavam presentes na fatídica noite de 26 de setembro.

Naquele dia 6 pessoas faleceram, entre elas três estudantes. Um deles foi encontrado nas imediações do ataque em Iguala, localizado a 184 km da capital mexicana.

O governo mexicano nega a participação do Exército nesse episódio atroz, que chocou a comunidade internacional. Por sua vez, o ministério público mexicano declarou nesta semana que tem "certeza legal" de que os jovens foram entregues pelos policiais municipais ao cartel Guerreros Unidos que os matou, incinerou e lançou seus restos em um rio, uma versão que os pais se negam a aceitar diante da falta de provas científicas.

Cerca de 20.000 pessoas desapareceram desde a militarização da guerra contra as drogas em 2006, que também deixou um saldo e mais de 80.000 mortos, segundo números oficiais.

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