Justiça saudita condena ativista de direitos humanos a 5 anos de prisão

Mohamed al Bahadi é um dos fundadores da Associação para os Direitos Humanos e Políticos na Arábia Saudita, reino muçulmano ultraconservador onde é reprimida qualquer manifestação de dissidência
Do JC Online
Publicado em 11/03/2015 às 16:52


O cofundador de uma das poucas associações de direitos humanos da Arábia Saudita foi condenado a cinco anos de prisão e outros cinco de liberdade condicional, confirmou indicou uma ONG nesta quarta-feira.

"Um tribunal penal especializado determinou a condenação a Mohamed al Bahadi no último dia 5 de março", relatou o Centro pelos Direitos Humanos no Golfo (GCHR, em inglês). A ONG luta pelos direitos humanos nos países do Golfo e possui escritórios em Beirute e Copenhague.

Bahadi é um dos fundadores da Associação para os Direitos Humanos e Políticos na Arábia Saudita, reino muçulmano ultraconservador onde é reprimida qualquer manifestação de dissidência.

"As autoridades acusam o ativista, de cerca de 30 anos, de ter adquirido livros proibidos, organizado uma manifestação de familiares de detidos e difundido documentos suscetíveis de "alterar a ordem pública", explicou a ONG.

Bahadi não pôde sequer entrar em contato com seus advogados, sendo que o julgamento se deu sem intimação, acrescentou a GCHR.

De acordo com informe publicado em outubro pela Anistia Internacional, as autoridades sauditas decidiram processar cada um dos fundadores da associação à qual pertence Bahadi "em um intento implacável de desmantelar a organização e silenciar seus membros".

Na segunda-feira, o governo local, instalado em Riad, conseguiu suspender um discurso que seria feito por Margot Wallström, chanceler sueca, diante da Liga Árabe, no Cairo. Wallström pretendia colocar em pauta o tema dos direitos humanos.

O reino anunciou que havia convocado seu embaixador em Estocolmo para consultas, acusando Wallström de "ingerência flagrante nos assuntos internos del país".

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