Após uma campanha eleitoral marcada por altos e baixos, na qual o primeiro-ministro de direita Benjamin Netanyahu (Likud) foi reeleito, listamos abaixo uma observação sobre o que os principais atores ganharam -- e perderam.
Quem são os vencedores?
- Netanyahu é o grande vencedor, tendo o Likud ganhado 30 das 120 cadeiras no Parlamento (Knesset), enquanto o segundo colocado, o candidato de centro-esquerda Isaac Herzog (União Sionista), ficou com 24.
- A Lista Unificada, que agrupa os principais partidos árabes, ficou com 14 assentos e se tornou a terceira legenda mais votada na Knesset.
- O Todos Nós, o novo partido de centro idealizado por Moshe Kahlon, ex-membro do Likud, que se pautou por temas de cunho social e terá dez parlamentares. O apoio do Kulanu será essencial para Netanyahu, e Kahlon será o fiel-da-balança, enquanto o primeiro-ministro tenta formar uma coalizão. Ciente do papel do ex-colega de partido, Netanyahu ofereceu a Kahlon o posto de ministro da Fazenda, 48 horas antes da eleição.
E os perdedores?
- As legendas União Sionista (liderada por Herzog) e O Movimento (Tzipi Livni) reconheceram a derrota nesta quarta-feira. Mesmo com seis cadeiras a mais do que o Likud, os dois partidos não têm condições de articular uma maioria confiável no Parlamento.
- O Lar Judeu, religioso nacionalista de extrema-direita, favorável aos assentamentos na Cisjordânia e contrário à fundação do Estado palestino. Ficou com apenas oito assentos, se comparados aos 12, em 2013, e muitos analistas disseram que muitos eleitores migraram para o Likud.
- Israel Beitenu, o partido ultranacionalista capitaneado pelo chanceler Avigdor Lieberman, obteve apenas seis assentos, comparando com os 11 da última eleição, realizada em 2013. Assim como no caso de eleitores do Lar Judeu, muitos apoiadores da sigla votaram, estrategicamente, no Likud.
- A legenda Tem Futuro, de centro e encabeçada por Yair Lapid, foi outra que viu diminuir o número de parlamentares, de 19 para 11.
- Os dois partidos ultra-ortodoxos, Shas e Judaísmo Unido pela Torá, também saíram derrotados, totalizando 13 cadeiras, uma redução de cinco na comparação com 2013. O Shas chegou a 11, enquanto o Judaísmo Unido ficou com seis.
- O Meretz, de esquerda, contará apenas com quatro representantes, depois dos seis obtidos na última eleição.
- Por fim, os institutos de pesquisa também saem como perdedores, afinal nenhum deles previu que Netanyahu seria reeleito. Na semana passada, os institutos deram até quatro cadeiras no Parlamento de vantagem para a União Sionista. Até as pesquisas de boca-de-urna erraram, ao colocar os dois partidos muito próximos, cada um com 27 assentos.
O que vem a seguir?
Netanyahu tem quase todas as cartas na manga:
- Ele poderá formar um governo ainda mais à direita, levando em conta o anterior, que incluía Lar Judeu, Israel Beitenu, Shas, Judaísmo Unido pela Torá e Todos Nós. É como se fosse uma coalizão entre falcões, configuração favorita para Netanyahu, na qual ele terá ampla maioria com 67 cadeiras.
- Mas ele também poderá optar por um governo de unidade nacional, sendo Herzog responsável por evitar o isolamento diplomático de Israel, considerando as declarações contrárias ao Estado palestino, dadas por Netanyahu antes da eleição.