Tiroteiro na Rocinha deixa policial do Bope e quatro suspeitos feridos no Rio

O confronto ocorreu na rua Um, na parte alta da favela (reduto onde o tráfico mais se concentra), após o Bope ser acionado para ajudar PMs da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha
Da Folhapress
Publicado em 29/03/2015 às 14:34


Após intensa troca de tiros entre traficantes e policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais), o sargento da corporação Márcio Clay acabou baleado na coxa e no braço na madrugada deste domingo (29), na favela da Rocinha (zona sul do Rio), palco de recentes confrontos.

Quatro suspeitos de participarem do tiroteio também foram alvejados. Dois deles passaram por atendimento nos hospitais municipais Lourenço Jorge (Barra da Tijuca) e Miguel Couto (Gávea) e, depois disso, foram presos. Mesmo feridos, os outros dois escaparam.

O confronto ocorreu na rua Um, na parte alta da favela (reduto onde o tráfico mais se concentra), após o Bope ser acionado para ajudar PMs da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha a capturar supostos criminosos envolvidos em outro tiroteio, ocorrido por volta das 18h de sábado (28).

Nesta troca de tiros, o soldado da UPP Olivares havia sido atingido por estilhaços na cabeça -que passou por atendimento médico e já liberado.

De acordo com o 23º BPM (Leblon), o sargento do Bope foi encaminhado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul da cidade. Após o atendimento, ele foi levado ao Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, zona norte. Seu estado é considerado estável. Já o policial da UPP, que também foi atendido no Miguel Couto, passa bem e já foi liberado.

Diante dos confrontos frequentes na favela, policiais das UPPs do Pavão Pavãozinho, Cantagalo, Chapéu Mangueira, Babilônia, Vidigal, Corôa, Fallet e Fogueteiro foram acionados para reforçar a segurança na Rocinha.

Na manhã de sábado (28), PMs da UPP da Rocinha já tinham trocados tiros com supostos criminosos enquanto faziam ronda na rua Dois, mas não há registro de feridos e prisões.

UPP DA ROCINHA PREOCUPA GOVERNO

Com dificuldades operacionais em algumas unidades de polícia pacificadora, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB) decretou, em 18 de março, o Conselho Permanente de Avaliação e Deliberação com o objetivo de reavaliar o programa.

No decreto estadual, ficou estabelecida a determinação do efetivo ser de, no mínimo, 100 PMs por Unidade de Polícia Pacificadora. Além disso, o conselho passou a classificar as UPPs em três níveis, representados pelas cores vermelha (consideráveis riscos operacionais), amarela (tendência de pacificação) e verde (risco mínimo de desestabilização do projeto).

A UPP da Rocinha é a única da zona sul do Rio que está no nível mais tenso da classificação, com "consideráveis riscos operacionais". Além dela, estão no vermelho as UPPs Camarista Méier, Complexo do Alemão e São João, todas na zona norte, e Cidade de Deus, na zona oeste.

O conselho, que terá como presidente o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, realizará reuniões mensais para estudar a possibilidade de expansão das UPPs e avaliar a eficácia das unidades já existentes.

O estudo sobre a expansão das UPPs, no entanto, acontece em um momento no qual o estado do Rio passa por dificuldades orçamentárias, com corte de gastos públicos.

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