Cuba busca aumentar a conectividade de seus cidadãos sem alterar o monopólio estatal das telecomunicações - afirmou nesta segunda-feira um alto funcionário dos Estados Unidos ligado às negociações sobre tecnologia com Havana.
"Eles estão procurando mecanismos para, em primeira instância, expandir a conectividade mantendo seu mecanismo de gestão do mercado, o que é, obviamente, muito diferente da nossa política", disse uma fonte do Departamento de Estado.
Para a fonte, que falou sob condição de anonimato, há dúvidas de que Cuba possa cumprir as metas estabelecidas pela ONU para fornecer internet a 60% da população e 50% dos domicílios até 2020, sem permitir a entrada de concorrentes e investidores privados a seu limitado mercado de telecomunicações.
As conexões privadas na ilha são estritamente reguladas pelo Estado e só chegavam a 3,4% dos domicílios em 2013, segundo a União Internacional de Telecomunicações, uma agência das das Nações Unidas.
Na semana passada, uma delegação do governo dos EUA, liderada pelo diplomata Daniel Sepulveda, viajou para Havana para discutir formas de aumentar a conectividade em Cuba.
Mas a fonte disse que uma mudança no monopólio no país comunista não faz parte das negociações, observando que quaisquer alterações ao regulamento parecem improváveis.
Cuba "não seria o único mercado do mundo com um único provedor" de internet, disse.
As negociações sobre tecnologia ocorrem em paralelo às negociações de alto nível para o restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, depois que os dois países anunciaram em dezembro o fim de meio século de hostilidades.
Uma reunião preliminar sobre os direitos humanos ocorrerá na terça-feira, em Washington, e os dois países também se reuniram para discutir migração e comunicações.