A coalizão liderada pela Arábia Saudita utilizou bombas de fragmentação fornecidas pelos Estados Unidos nos bombardeios aéreos contra os rebeldes xiitas no Iêmen, apesar de um tratado internacional que proíbe o uso, denunciou a organização Human Rights Watch (HRW).
Fotos, um vídeo e outros elementos verificáveis obtidos desde abril tendem a indicar que nos bombardeios realizados nas últimas semanas contra Saada, reduto rebelde huthi no norte do Iêmen, foram utilizadas bombas de fragmentação, afirma a HRW em um comunicado.
A organização de defesa dos direitos humanos informou ter estabelecido, por meio de uma análise de imagens de satélites, que a munição parece ter caído em uma área de plantação, a 600 metros de dezenas de edifícios.
Este tipo de munição, que ao ser detonada libera um grande número de pequenas bombas, representa um grande perigo para os civis e está proibida por um tratado adotado em 2008 por 116 países, mas entre as nações não estão Arábia Saudita, Estados Unidos e Iêmen, recorda a HRW.
"Estas armas não deveriam ser utilizadas nunca, em nenhuma circunstância", afirma Steve Goose, especialista em armamento da HRW.
A Arábia Saudita é objeto de críticas pela campanha área no Iêmen, ao lado de outros oito países árabes.
O objetivo da operação é restabelecer o governo legítimo no Iêmen e conter os huthis, apoiados pelo Irã xiita, que conquistaram importantes territórios, incluindo a capital Sanaa, desde setembro de 2014.
Mas o número de vítimas civis do conflito no Iêmen não para de aumentar e, segundo a ONU, a situação humanitária é catastrófica.