Dzhokhar Tsarnaev se mostrou arrependido pelo sofrimento causado às vítimas dos atentados de 2013, em Boston, declarou nesta segunda-feira (11) no julgamento por estes ataques à monja Helen Prejean, ao aludir seus encontros na prisão com o jovem.
"O disse enfaticamente. Disse 'ninguém merece sofrer como fizeram eles'", testemunhou à imprensa local, Prejean, convocada pela defesa, que tenta salvar da pena de morte Tsarnaev, considerado culpado de 30 acusações contra ele, dos quais 17 são passíveis da pena capital.
"Tive todas as razões para acreditar que estava genuinamente arrependido pelo que fez", afirmou Prejean, de 76 anos e que estava com Tsarnaev cinco vezes em prisão entre o começo de março e dias atrás, ao fechar a lista de testemunhos apresentados pela defesa.
Uma conhecida opositora à pena de morte, a freira católica saltou para a fama após o sucesso do seu livro, "Dead Man Walking", adaptado ao cinema em 1995 e que conta sua experiência com um homem no "corredor da morte" em um prisão dos Estados Unidos.
Com o testemunho de Prejean, o público pode saber pela primeira vez o pensamento de Tsarnaev sobre os atentados de 15 de abril de 2013, que deixaram três mortos e 264 feridos.
A freira contou ter visitado Tsarnaev pela "mesma razão", que a levou a se reunir com "outras pessoas que tinham cometido crimes realmente terríveis, só para acompanhá-las e estar com elas".
A defesa tentou demonstrar que o mais novo dos Tsarnaev, atualmente com 21 anos, agiu sob influência do irmão mais velho, Tamerlan, com quem cometeu os ataques e que foi abatido pela polícia dias depois dos atentados, quando tentava fugir após ser descoberto.
O júri deverá se pronunciar de forma unânime se decidir pela pena de morte para Dzhokhar, um muçulmano de origem chechena. Se um único membro do júri tiver dúvidas, será condenado à prisão perpétua.