O ditador de Cuba, Raúl Castro, disse nesta terça (12) que cubanos e americanos nomearão seus respectivos embaixadores até o final deste mês, quando os EUA ratificarem a retirada do país caribenho da lista de Estados patrocinadores do terrorismo.
Depois da declaração de Raúl, porém, o governo americano advertiu que ainda há "trabalho a fazer" antes da reabertura das embaixadas.
A medida é um dos passos mais importantes no restabelecimento de relações diplomáticas anunciado pelos líderes de EUA e Cuba em dezembro do ano passado, depois de 53 anos de ruptura.
Hoje, americanos e cubanos têm representações sem status de embaixada em Cuba e nos EUA, as chamadas "seções de interesses", alojadas nas embaixadas da Suíça em Havana e Washington.
"No dia 29 de maio, essa injusta acusação [patrocinar terrorismo] já terá sido suspensa e nós poderemos nomear embaixadores", disse Raúl a jornalistas no aeroporto da capital cubana, logo depois da visita do presidente francês, François Hollande.
Em abril, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou sua decisão de retirar Cuba da "lista do terror", que era considerada o principal entrave à retomada completa das relações diplomáticas.
O Congresso tem até 29 de maio -quando expira o prazo de 45 dias desde o anúncio de Obama- para ratificar a decisão do presidente.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jeff Rathke, porém, não confirmou a data estipulada por Raúl Castro. "Não estamos operando com um prazo fixo. Ainda há assuntos que precisam ser resolvidos e não temos data-limite para isso."
Rathke ponderou, porém, que a nomeação de embaixadores é um "passo lógico" a tomar uma vez que as relações sejam restabelecidas.