Um novo terremoto de 7,3 graus de magnitude afetou nesta terça-feira o Nepal, país já devastado por um forte tremor em 25 de abril, provocando a morte de pelo menos quatro pessoas e o pânico dos moradores de Katmandu.
Os habitantes da capital nepalesa correram para as ruas no momento do terremoto, que durou quase um minuto e começou às 12h35 locais. O epicentro foi registrado perto da fronteira com a China, 76 km ao leste de Katmandu e a apenas 18,5 km de profundidade, segundo o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS).
O terremoto também foi sentido na região norte da Índia, especialmente em Nova Délhi, onde os imóveis tremeram e as pessoas correram para as ruas.
O fenômeno, que meia hora depois provocou um tremor secundário de 6,3 graus, segundo o USGS, acontece 17 dias depois do terremoto de 7,8 graus que deixou quase 7.800 mortos no Nepal.
"De acordo com informações que recebemos do local, quatro pessoas morreram vítimas do desabamento de edifícios", afirmou Paul Dillon, porta-voz da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
As mortes aconteceram no distrito de Chautara, ao leste de Katmandu, em grande parte devastada pelo terremoto de 25 de abril. O terremoto desta terça-feira provocou o acionamento das sirenes de emergência.
"Nós sentimos e logo vimos que as pessoas começavam a correr", afirmou Suresh Sharma, que estava em uma feira no momento do terremoto. "Fiquei com muito medo e foi difícil sair", completou o homem de 63 anos.
"Quando aconteceu o grande terremoto (de 25 de abril) saí correndo de casa e consegui escapar. Este terremoto foi como aquele. Não consigo acreditar que voltamos a passar por isto".
- Moradores aterrorizados -
Apesar do tremor desta terça-feira não ter sido tão intenso como o de 25 de abril, muitos moradores estavam em pânico com a possibilidade de desabamento dos imóveis, já fragilizados pelo terremoto anterior. As autoridades nepalesas anunciaram o fechamento do aeroporto internacional de Katmandu.
Pramita Tamrakar, que acabara de reabrir a loja de móveis que a família administra, afirmou que ao sentir o tremor saiu correndo para a rua com os filhos, de 8 e 12 anos. "Pensávamos que os tremores haviam parado e que poderíamos voltar a trabalhar", explicou a mulher.
"Não entendo o que acontece. Ouvi as notícias anteontem, o risco era pequeno, não voltaria a acontecer... E agora tivemos um grande terremoto. Estou com muito medo. Meus filhos estão com muito medo", completou.
A polícia nepalesa fez um apelo para que a população permaneça nas ruas e tente evitar saturar a rede de telefonia celular.
"Por favor permaneçam em espaços abertos, nos ajudem a manter as vias acessíveis, não saturem a rede de telefonia. Sugerimos que usem SMS", afirma uma mensagem da polícia em sua conta no Twitter.
O Centro Nacional de Operações de Emergência também usou a rede social para um apelo: "Rezem ao Todo-Poderoso para que mantenha a salvo todos os nepaleses nestes momentos difíceis".