O rabino Moshe Levinger, fundador do movimento que iniciou os assentamentos de colonos judeus na Cisjordânia na década de 70, morreu neste sábado aos 80 anos, anunciou sua família em um comunicado. Nascido em Jerusalém em 1935 em uma família de origem alemã, Moshe Levinger estudou em sua juventude com o rabino Tzvi Yeouda Kook, o pai espiritual do nacionalismo religioso. Pouco depois da vitória de Israel sobre seus vizinhos árabes na Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, o rabino Levinger reuniu um grupo de pessoas dispostas a se estabelecer no território ocupado.
Sua intenção era trazer a presença judaica a grandes cidades palestinas como Hebron e Belém. Em setembro do mesmo ano Levinger e seus seguidores conseguiram a autorização do governo para criar a primeira colônia em Kfar Etzion, sobre as ruínas de um kibutz destruído pelos árabes na véspera da declaração do Estado de Israel, em 1948.
Levinger fundou o Gush Emunim, um movimento que desde 1974 procura estabelecer assentamentos judaicos na Cisjordânia. Na década de 80, envolveu-se com uma rede de extremistas judeus, que realizaram vários ataques anti-palestinianos, mas nunca foi condenado.
Mas em 1990 acabou sendo sentenciado a cinco meses de prisão por homicídio culposo, quando atirou em uma multidão em Hebron matando um palestino. Figura emblemática da colonização, retirou-se da vida pública em 1992, depois de uma derrota retumbante nas eleições legislativas em que apresentou um programa ultrarradical.