Polícia desmantela acampamentos de migrantes em Paris e Calais

Cerca de 350 pessoas procedentes em sua maioria do Sudão, mas também da Eritreia, Somália e Egito moram nesses acampamentos há vários meses
Da AFP
Publicado em 02/06/2015 às 7:56
Cerca de 350 pessoas procedentes em sua maioria do Sudão, mas também da Eritreia, Somália e Egito moram nesses acampamentos há vários meses Foto: Foto: JOEL SAGET / AFP


A polícia francesa desmantelou nesta terça-feira três acampamentos de migrantes em Paris e Calais, porto do norte do país por onde transitam os clandestinos que tentam chegar ao Reino Unido. No início da manhã, os agentes desalojaram um acampamento improvisado em Paris no qual viviam, há vários meses, 350 migrantes procedentes em sua maioria do Sudão, mas também da Eritreia, Somália e Egito.

Os migrantes, sobretudo homens, mas que também incluíam famílias com crianças, sobreviviam sob as vias de um metrô de superfície na zona norte da capital da França, em péssimas condições de higiene.  A polícia reuniu, sem incidentes, os migrantes e vários ônibus os transportaram para centros de abrigo da região de Paris.

Quase 160 habitantes do acampamento têm o direito de solicitar asilo, enquanto os demais estavam de passagem para outros destinos, como o Reino Unido ou os países nórdicos, segundo entrevistas realizadas antes da operação. O acampamento cresceu de forma repentina em abril em consequência, segundo várias associações, da crescente chegada de migrantes às costas italianas no início do ano.

As condições de vida pioraram com a ausência de estruturas sanitárias, a promiscuidade e a chegada de novos refugiados, segundo as autoridades. As associações temiam que o acampamento se transformasse em um centro de tráfico. A polícia mencionou no fim de maio o risco de epidemia entre os migrantes e a necessidade de esvaziar rapidamente o local.  As autoridades do setor de saúde apontaram vários casos de disenteria e sarna.  

Três horas depois da operação em Paris, a polícia desmantelou dois acampamentos de migrantes em Calais. Os moradores de um deles, próximo do Eurotúnel, abandonaram pacificamente o local. As autoridades locais calculam que 140 pessoas viviam nos dois acampamentos. 

A proximidade com o Reino Unido transformou Calais em um local atraente para os migrantes clandestinos e em cenário de incidentes frequentes.  De acordo com o governo, 2.500 migrantes, sobretudo afegãos, sudaneses, eritreus e sírios, vivem em barracas ou refúgios improvisados em Calais, de onde tentam viajar para o território britânico.

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