O tribunal de cassação do Cairo cancelou nesta quinta-feira a decisão de um tribunal de abandonar as acusações contra o ex-presidente Hosni Mubarak por cumplicidade no assassinato de 846 manifestantes e anunciou um novo veredicto no dia 5 de novembro.
Em junho de 2012, Mubarak foi condenado em primeira instância à prisão perpétua por cumplicidade no assassinato destes manifestantes durante a revolta popular de 2011 que o expulsou do poder.
No dia 29 de novembro de 2014 outro tribunal voltou a julgá-lo e ordenou que as acusações fossem abandonadas. Mas a promotoria apresentou um recurso de cassação e o tribunal o aceitou nesta quinta-feira, anulando o primeiro julgamento.
Até o momento não se sabe se a decisão também afeta as outras seis pessoas acusadas junto a Mubarak, entre elas seu ministro do Interior da época, Habib al-Adly, que haviam sido absolvidas.
"O tribunal aceitou o recurso do promotor e voltará a examinar o caso no dia 5 de novembro", disse o juiz do tribunal de cassação Anwar el-Gabry.
O ex-chefe das forças armadas Abdel Fatah al-Sissi, agora chefe de Estado, depôs o presidente islamita Mohamed Mursi em 2013 e desde então reprime duramente tanto seus partidários quanto a oposição laica e liberal.