Os presidentes das principais organizações empresariais da América Latina e da Espanha, reunidos nesta sexta-feira em Madri, apoiaram a patronal venezuelana Fedecámaras em seu conflito com o governo de Nicolás Maduro, pedindo a abertura do diálogo social convocado pela OIT em 2014.
"Decidimos por unanimidade apoiar o empresariado da Fedecámaras da Venezuela quanto às objeções levantadas em diversas instâncias internacionais (...) sobre a liberdade empresarial", afirmou o presidente da Organização Internacional de Empregadores (OIE), Daniel Funes de Rioja.
O governo venezuelano reforçou em 2014 sua ofensiva contra a crise inflacionária e a escassez de produtos com inspeções a empresas, ameaçando expropriá-las caso superassem o lucro máximo de 30% imposto por uma lei muito criticada pelo setor.
Esta lei fixa rígidas sanções administrativas e penais, de até 14 anos de prisão, aos que incorrerem em especulação, monopólio e contrabando de bens, como parte do plano governamental contra a inflação e a escassez de produtos básicos como leite, açúcar, arroz ou papel higiênico.
"O caso da Venezuela gerou nos últimos anos diversas denúncias, de interferência estatal a graus de perseguição política contra líderes empresariais e restrições de direitos de propriedade também sobre os mesmos", afirmou o argentino Funes de Rioja.
Ele compareceu ante a imprensa à margem da XXVI reunião de presidentes de organizações empresariais ibero-americanas, realizada em Madri, junto a líderes empresariais de uma dezena de países, entre eles o ex-deputado venezuelano Jorge Roig, presidente da Fedecámaras.
O grupo, que decidiu a formação de um Conselho de Empresários Ibero-Americanos (CEIB), convocou o executivo de Nicolás Maduro a aplicar as recomendações feitas pela Organização Mundial do Trabalho (OIT) após uma visita à Venezuela em janeiro de 2014.