Museu de mosaicos da Síria atingido por barris com explosivos

O museu de mosaicos mais conhecido da Síria, situado em Maarat al-Numan (noroeste), uma cidade sob controle dos rebeldes, sofreu muitos danos ao ser atingido por dois barris de explosivos lançados pela aviação do regime, afirma uma ONG.

As ONGs internacionais denunciam o uso de barris com explosivos pelo regime de Bashar al-Assad, que nega o uso deste tipo de armamento.

Em um comunicado, Sheikhmus Ali, diretor da Associação para a Proteção da Arqueologia Síria (APSA), com sede em Estrasburgo (França), afirma que o museu, que data de 1563, "sofreu grandes destruições provocadas por dois barris de TNT lançados na segunda-feira por um helicóptero do exército sírio".

Vários painéis de mosaicos, na galeria do museu, foram atingidos. Dois deles, de forma retangular com motivos geométricos, ficaram muito danificados, enquanto outros quatro, de forma circular, sofreram danos menos consideráveis,

O edifício também sofreu estragos, principalmente na mesquita que fica dentro do museu.

Este museu da província de Idleb tem mais de 2.000 metros quadrados de mosaicos antigos.

Contactado em Damasco por telefone, o diretor geral do Departamento Sírio de Museus e Antiguidades, Maamun Abdulkarim, "lamentou a nova tragédia para o patrimônio sírio", mas se recusou a afirmar quem era responsável pelo ataque.

"É necessário devolver a neutralidade aos museus e ninguém, de nenhum lado, tem o direito de tocar na memória de nosso país", disse.

Quase 300 pontos culturais de valor inestimável para a humanidade foram destruídos, danificados ou saqueados pela guerra na Síria, alertou a ONU em dezembro, com base em imagens por satélite.

Terra de múltiplas civilizações, a Síria abriga tesouros da época romana, bizantina ou dos mamelucos (escravos que reinaram no Egito do século XIII até o XVI), além de mesquitas, igrejas e castelos dos cruzados.

Mas desde o início da guerra, este rico patrimônio está sendo destruído por todos os beligerantes, do regime, dos rebeldes ou dos jihadistas.