O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, acusou neste sábado (20) a Rússia de usar a região do leste ucraniano como uma "zona de testes" para seu armamento mais avançado.
Em uma reunião com uma comitiva de senadores dos Estados Unidos, liderada pelo republicano John McCain, Poroshenko afirmou que os ucranianos conseguiram criar um exército forte, mas que lutam com armas ultrapassadas frente aos modernos equipamentos fornecidos pela Rússia aos separatistas, usando assim a Ucrânia como "uma zona de testes".
Em comunicado, Poroshenko agradeceu o apoio dos EUA e ressaltou a importância da realização de manobras militares conjuntas.
Além disso, comemorou a aprovação no Senado americano de um projeto de lei que prevê auxílio financeiro e o envio de armas à Ucrânia, apesar da oposição do presidente Barack Obama.
"Não é só a ajuda financeira ou econômica, é um respaldo a nossa segurança", disse Poroshenko.
Já McCain afirmou que a visita a Kiev foi para expressar seu apoio à independência e à integridade territorial da Ucrânia.
Cerca de 6.500 pessoas, entre combatentes e civis, morreram e mais de 14 mil ficaram feridos no conflito do leste da Ucrânia, de acordo com dados divulgados pela ONU.
O governo de Kiev acusa a Rússia não só de apoiar as milícias separatistas que controlam parte das regiões de Donetsk e Lugansk, mas também de enviar tropas regulares à zona do conflito, fatos negados de forma reiterada pelo Kremlin.
OCIDENTE
Em entrevista concedida na sexta-feira durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a Rússia está "aberta ao mundo" e seguirá cooperando com os países ocidentais, apesar das tensões geradas pela crise ucraniana.
A Rússia tenta há um ano reforçar seus vínculos diplomáticos e comerciais com países emergentes como Brasil, China e Índia, principalmente após a deflagração da crise na Ucrânia, onde as forças de Kiev lutam contra rebeldes pró-russos no leste do país.
Em razão do conflito, os países ocidentais impuseram uma série de sanções a Moscou.