O Conselho Eleitoral Venezuelano negou nesta segunda-feira a inscrição da opositora María Corina Machado como candidata à deputada nas eleições do próximo dia 6 de dezembro na Venezuela.
"O regime deu mais um passo contra mim. Não me permitem postular meu nome como deputada à Assembleia Nacional", disse Machado após ter sua inscrição rejeitada.
Corina Machado, expoente da oposição venezuelana e que obteve uma das maiores votações das legislativas de 2010, foi destituída por decisão da maioria chavista na Assembleia em 1º de abril de 2014, por ter assistido uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Panamá como "representante alternativa" da Venezuela.
Machado, uma engenheira de 47 anos, e o líder opositor Leopoldo López promoveram a chamada "La Salida", estratégia para forçar a renúncia do presidente Nicolás Maduro por meio de protestos de rua, que degeneraram em atos de violência.
Diante da impossibilidade de formalizar sua candidatura ao legislativo, Corina Machado escolheu para substituí-la diretamente a socióloga Isabel Pereira, do 'think tank' liberal Cedice (Centro para a Divulgação do Conhecimento Econômico). A oposição se apresentará em chapa única para as legislativas do próximo dia 6 de dezembro, após fechar um acordo no final de julho.
Os venezuelanos elegerão 165 deputados em dezembro. Atualmente, o "chavismo" controla a Assembleia Nacional, com 99 cadeiras. Segundo o ex-candidato presidencial e líder opositor Henrique Capriles, a vitória nas eleições legislativas colocará a oposição "às portas" de poder convocar um referendo visando revogar o mandato de Maduro.