A francesa Isabelle Prime, uma refém detida no Iêmen cuja libertação foi anunciada por Paris na madrugada desta sexta-feira, chegou a Omã ao amanhecer, de onde viajará à França, informou a agência oficial omanense ONA. "Nossa compatriota Isabelle Prime foi libertada nesta noite", havia anunciado anteriormente a presidência francesa em um comunicado. "Estava detida no Iêmen desde 24 de fevereiro de 2015 (...) A França mobilizou todos os seus esforços para alcançar este feliz desenlace", acrescenta o texto.
Prime, de 30 anos, foi encontrada no Iêmen graças às buscas das autoridades de Omã, em coordenação com determinadas partes iemenitas, segundo a ONA, que citou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Mascate. "Isabelle Prime está atualmente sob proteção dos serviços franceses. Retornará ao nosso país nas próximas horas", explicou o Eliseu em seu comunicado. O ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, disse que sua chegada está prevista para esta sexta-feira à noite.
Por sua vez, o presidente francês, François Hollande, expressou "toda sua gratidão a todos os que contribuíram para esta solução, sobretudo ao sultão Qaboos Ibn Said, sultão de Omã".
"Estou muito feliz, está em bom estado de saúde, mas não tenho mais detalhes", declarou seu pai, Jean-Noel Prime, contactado por telefone pela AFP.
O último refém francês libertado havia sido Serge Lazarevic, em dezembro de 2014. Este franco-sérvio de 50 anos estava há três anos nas mãos do grupo Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) no norte do Mali.
Sequestros frequentes
Presente no Iêmen desde 2013, Isabelle Prime trabalhava para a Ayala Consulting, uma companhia com sede na Flórida (Estados Unidos) especializada em programas de proteção social.
Francisco Ayala, presidente da empresa, disse à AFP a partir do Equador que soube de sua libertação através de um telefonema do ministério das Relações Exteriores francês.
"Todo o assunto foi gerido em sigilo máximo", afirmou. "O governo francês não nos disse nada, nem a mim e nem mesmo ao seu pai" sobre os esforços para libertá-la.
Prime, que também havia trabalhado na Jordânia, foi sequestrada por homens que se passavam por policiais no dia 24 de fevereiro em Sanaa, a capital do Iêmen, quando ia para o trabalho junto ao seu intérprete iemenita, Sherin Makaui.
O intérprete foi libertado no dia 10 de março em Áden.
No início de julho, foi publicado no YouTube um vídeo da francesa no qual, vestida de preto e sentada no chão, se dirigia ao presidente Hollande e ao seu colega iemenita, Abd Rabo Mansur Hadi, para pedir que atuassem para conseguir sua libertação.
Até o momento não foi divulgada nenhuma informação sobre a identidade dos sequestradores. Os sequestros são muito frequentes no Iêmen, onde centenas de pessoas foram sequestradas e em sua maioria libertadas sãs e salvas em troca de resgates.
No caso da francesa, o sequestro ocorreu no contexto da guerra entre os rebeldes xiitas huthis e as forças pró-governamentais. Os rebeldes lançaram uma ofensiva no ano passado desde Sadá, no norte do país, que lhes permitiu tomar o controle da capital, Sanaa, e de amplos setores do país.