A polícia italiana anunciou nesta sexta-feira a detenção em Palermo (sul) de cinco supostos traficantes de pessoas acusados de ter causado na quarta-feira a morte de 200 migrantes durante um naufrágio diante do litoral da Líbia.
Os detidos, dois argelinos, dois líbios e um tunisiano, com idades entre 21 e 24 anos, foram identificados por alguns dos 360 sobreviventes que chegaram na quinta-feira a Palermo, na Sicília.
De acordo com os testemunhos dos sobreviventes, um era o capitão do barco naufragado, enquanto os outros eram encarregados de evitar que os passageiros se movessem, incluindo por meio de violência.
Estes homens podem ser acusados de homicídio com agravantes e ajuda à imigração clandestina, informou a polícia em um comunicado.
A polícia suspeita que eles transportavam cerca de 650 pessoas, que pagaram entre 1.200 e 1.800 dólares cada para chegar à Europa.
"De acordo com os primeiros testemunhos, cada criminoso tinha um papel específico a bordo: um pilotava o navio, com a ajuda de outros dois, enquanto os outros eram responsáveis ??por monitorar os migrantes, impedir movimentos", usando facas e paus, segundo o comunicado.
Nas embarcações de migrantes sobrecarregadas, as tensões são comuns entre os passageiros do convés e aqueles do porão, que pagam menos, mas que tentam subir para pegar um pouco de ar, evitar os vapores de combustível e a água que entra pelo casco, enquanto tal movimento pode virar o barco.
Mas a embarcação foi rapidamente tomada pela água, a ponto de inundar o motor na quarta-feira.
Os imigrantes logo pediram ajuda, mas quando o navio irlandês chegou várias horas mais tarde, o movimento brusco de todo o grupo virou o barco, que afundou rapidamente.
Uma operação de resgate envolvendo sete navios salvou cerca de 400 sobreviventes, mas também recuperou 26 corpos. Cerca de 200 outros passageiros, especialmente aqueles que não tiveram tempo de sair do porão, estão desaparecidos.