O número de migrantes mortos intoxicados no sábado no porão de um barco pesqueiro, encontrado frente ao litoral líbio pela marinha italiana, subiu para 49 pessoas, informou a imprensa local neste domingo.
O balanço anterior era de 44 mortos e, segundo as equipes de resgate, 312 migrantes foram salvos.
O barco pesqueiro foi avistado por um helicóptero da marinha ao norte do litoral líbio, próximo à ilha italiana de Lampedusa, e a ajuda foi imediatamente enviada.
A grande maioria dos migrantes que tenta cruzar o Mediterrâneo fugindo de guerras ou da miséria não sabe nadar e muitos acabam ficando presos no porão das embarcações precárias, que afundam rapidamente.
Segundo vários relatos de migrantes que conseguiram chegar à Itália, os traficantes de pessoas costumam amontoar no porão da embarcação os refugiados que pagam menos, no geral os que procedem da África Subsaariana.
Presos num espaço tão exíguo, esses migrantes correm o risco de morrer asfixiados pelas emanações de combustível ou afogados, se o barco afundar.
No geral, os traficantes ou passageiros da parte de cima agridem os passageiros do porão para evitar que saiam durante a travessia.
Nessas embarcações tão cheias, o mínimo movimento pode acabar virando o barco.
Os sobreviventes do naufrágio que deixou mais de 200 mortos em 5 de agosto passado falaram de golpes de porrete, cinto e até facadas.
Diante da onda interminável de chegadas, as autoridades europeias aumentaram os fundos para a operação de salvamento Tritón, que substituiu a missão italiana Mare Nostrum, mas não conta com meios concretos, como helicópteros e embarcações para localização e realização de resgates.
Durante o ano, mais de 224.000 migrantes chegaram à Europa pelo Mediterrâneo, informaram as Nações Unidas.
Segundo o balanço mais recente da Organização Internacional para a Migração (OIM) divulgado na sexta-feira, mais de 2.300 pessoas morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo desde o início do ano.
Na Itália, o número de migrantes totaliza 103.226 desde primeiro de janeiro, contra 104.225 no mesmo período em 2014.
Na Grécia, cerca de 124.000 migrantes chegaram, um crescimento de 750% em relação a 2014, segundo a ONU.