Sobe para 49 o número de imigrantes mortos no porão de um barco no Mediterrâneo

A grande maioria dos migrantes que tenta cruzar o Mediterrâneo está fugindo das guerras ou miséria e não sabe nadar
Da AFP
Publicado em 16/08/2015 às 12:00
A grande maioria dos migrantes que tenta cruzar o Mediterrâneo está fugindo das guerras ou miséria e não sabe nadar Foto: Foto: AFP


O número de migrantes mortos intoxicados no sábado no porão de um barco pesqueiro, encontrado frente ao litoral líbio pela marinha italiana, subiu para 49 pessoas, informou a imprensa local neste domingo.

O balanço anterior era de 44 mortos e, segundo as equipes de resgate, 312 migrantes foram salvos.

O barco pesqueiro foi avistado por um helicóptero da marinha ao norte do litoral líbio, próximo à ilha italiana de Lampedusa, e a ajuda foi imediatamente enviada.

A grande maioria dos migrantes que tenta cruzar o Mediterrâneo fugindo de guerras ou da miséria não sabe nadar e muitos acabam ficando presos no porão das embarcações precárias, que afundam rapidamente.

Segundo vários relatos de migrantes que conseguiram chegar à Itália, os traficantes de pessoas costumam amontoar no porão da embarcação os refugiados que pagam menos, no geral os que procedem da África Subsaariana.

Presos num espaço tão exíguo, esses migrantes correm o risco de morrer asfixiados pelas emanações de combustível ou afogados, se o barco afundar.

No geral, os traficantes ou passageiros da parte de cima agridem os passageiros do porão para evitar que saiam durante a travessia. 

Nessas embarcações tão cheias, o mínimo movimento pode acabar virando o barco. 

Os sobreviventes do naufrágio que deixou mais de 200 mortos em 5 de agosto passado falaram de golpes de porrete, cinto e até facadas.

Diante da onda interminável de chegadas, as autoridades europeias aumentaram os fundos para a operação de salvamento Tritón, que substituiu a missão italiana Mare Nostrum, mas não conta com meios concretos, como helicópteros e embarcações para localização e realização de resgates.

Durante o ano, mais de 224.000 migrantes chegaram à Europa pelo Mediterrâneo, informaram as Nações Unidas.

Segundo o balanço mais recente da Organização Internacional para a Migração  (OIM) divulgado na sexta-feira, mais de 2.300 pessoas morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo desde o início do ano.

Na Itália, o número de migrantes totaliza 103.226 desde primeiro de janeiro, contra 104.225 no mesmo período em 2014.

Na Grécia, cerca de 124.000 migrantes chegaram, um crescimento de 750% em relação a 2014, segundo a ONU.

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