O dono do terreno onde um caçador ilegal matou o leão Cecil, símbolo do Zimbábue, em julho passado compareceu a um tribunal nesta terça-feira (18) sob acusação de caça ilegal.
A audiência de Honest Ndlovu, proprietário da fazenda Antoinette, foi rápida e a juíza Portia Mhlanga deretou uma fiança de 200 dólares.
Cecil, macho dominante do parque, era conhecido pela incomum juba preta e era objeto de pesquisa científica sobre a longevidade dos leões da universidade britânica de Oxford, que equipou o animal com uma coleira.
O dentista norte-americano Walter Palmer, que matou o leão mais famoso do Zimbábue, disse que foi enganado por seus guias locais e que acreditava estar caçando dentro da lei. Ele pagou 55 mil dólares ao caçador profissional Theo Bronkhorst para poder matar Cecil.
O caçador, que organizou o sáfari, também está sendo processado.
De acordo com a acusação, o proprietário do terreno no qual Cecil foi abatido não tinha uma cota de caça. Segundo algumas informações, o animal teria sido atraído para fora da reserva com uma isca.
Como o leão tinha um colar GPS, os caçadores, além de matá-lo, o decapitaram e desmembraram.
Uma semana depois da onda de indignação provocada pela morte de Cecil, o Zimbábue declarou guerra aos caçadores e pediu a extradição do dentista americano.
Autoridades norte-americanas também abriram um inquérito sobre a morte do famoso leão, enquanto o dentista americano que matou o animal permanece foragido.
O país adotou restrições imediatas para a caça de animais grandes como leões, elefantes e leopardos, que a partir de agora está proibida perto da reserva de Hwange, com exceção nos casos de uma autorização escrita dos parques nacionais. Também proibiu a caça com arco.
Criticada por muitos, a caça é uma fonte importante de renda e gera quase 40 milhões de dólares por ano ao Zimbábue, segundo a Autoridade de Proteção da Vida Silvestre e dos Parques Nacionais.