Dissidentes do partido governista da Grécia, o esquerdista Syriza, deixaram hoje a legenda e formaram um novo movimento de oposição a medidas de austeridade, um dia depois de Alexis Tsipras renunciar como primeiro-ministro e convocar eleições antecipadas para setembro.
Num gesto inesperado, 25 parlamentares linha-dura anunciaram sua saída do Syriza e a criação de um novo partido, o Unidade Popular, que irá concorrer contra Tsipras nas eleições do próximo mês.
O Unidade Popular será liderado pelo ex-ministro de Energia Panagiotis Lafazanis, que é contrário às medidas de austeridade impostas pelos credores internacionais da Grécia em troca de nova ajuda financeira. Outros integrantes do partido, que será o terceiro maior grupo no parlamento grego, argumentam que o país precisa abandonar a zona do euro para conseguir superar seus problemas econômicos.
Tsipras decidiu entregar o cargo diante da crescente dissidência dentro de seu partido e numa tentativa de retornar ao poder fortalecido. A decisão veio horas depois de a Grécia receber a primeira tranche de 13 bilhões de euros de seu terceiro pacote de resgate, que tem valor total de 86 bilhões de euros, e de saldar com o Banco Central Europeu (BCE) uma dívida de 3,2 bilhões que venceu ontem.
Também hoje, o presidente grego, Prokopis Pavlopoulos, concedeu mandato ao líder do principal partido de oposição do país, Evangelos Meimarakis, para a formação de um novo governo. Num procedimento formal determinado pela Constituição, que não deverá evitar a realização de novas eleições, Meimarakis terá três dias para tentar reunir maioria e formar um novo governo.