Morte de Aylan Kurdi faz União Europeia discutir crise humanitária

Países europeus buscam medidas conjuntas para tentar resolver problema do grande fluxo de refugiados
Mariana Mesquita
Publicado em 04/09/2015 às 0:08
Países europeus buscam medidas conjuntas para tentar resolver problema do grande fluxo de refugiados Foto: Foto: Twitter/Reprodução


A maior crise de fugitivos na Europa desde o final da Segunda Guerra é, também, uma crise da própria União Europeia (UE), já que a maioria dos países do bloco leste vêm desrespeitando a legislação de asilo a refugiados, violando obrigações de direito internacional de proteção dessas pessoas, que vêm sendo sumariamente devolvidas a seus locais de origem. Leis como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Protocolo de Dublin não estariam sendo cumpridas. 

Contudo, após a comoção gerada pela divulgação da fotografia do pequeno Aylan Kurdi, os líderes da UE reuniram-se para tentar responder à crise humanitária. A Turquia acusou os demais países de terem transformado o Mediterrâneo num “cemitério de migrantes”. A Alemanha e a França decidiram lançar uma iniciativa conjunta para organizar a recepção dos refugiados e sua distribuição equitativa na Europa, mas assegurando o regresso de migrantes ilegais a seus países de origem. A Hungria culpou a Alemanha pelo fluxo crescente de requisições de asilo e rejeitou as críticas sobre a cerca de arame farpado que foi erguida em sua fronteira com a Sérvia. Todos ressaltaram que o problema não pode ser resolvido pelos Estados individualmente, e destacaram a urgência em agir.

Ontem, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou que vai acolher milhares de refugiados sírios. Ele não informou os números finais e os detalhes da ação, que estão sendo definidos pela cúpula do governo, em Londres. Cameron era um dos dirigentes da UE mais resistentes a receber os estrangeiros, chegando a se referir aos imigrantes como “enxame” e defendendo que a solução para a crise migratória fosse encontrada dentro da própria Síria, que desde 2011 está mergulhada numa guerra civil. 

Sem esperar pela ação das autoridades, os cidadãos alemães estão se organizando, com auxílio das redes sociais, para fornecer suporte às famílias refugiadas que se encontram em centros de acolhimento provisório em todo o País, chegando mesmo a receber famílias em casas particulares. Os voluntários afirmam que o Estado está intervindo de forma insuficiente, e projetos como o “Refugiados bem vindos” têm recebido adesão massiva.

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