Várias centenas de árabes, asiáticos e africanos, cansados de esperar por ônibus, romperam as linhas policiais húngaras perto da fronteira com a Sérvia, nesta segunda-feira, e marcharam para o norte, na principal rodovia que vai para Budapeste. Com isso, novamente as autoridades não conseguiram controlar a corrente humana através da Hungria.
A polícia tentou repetidamente formar filas para bloquear rodovias no entorno do centro de imigrantes perto do vilarejo fronteiriço de Roszke, mas o número de pessoas buscando asilo superou muito o de policiais e os estrangeiros conseguiram romper as barreiras, correndo por campos para chegar à rodovia M5, que liga a Hungria à Sérvia.
Na semana passada, houve um pico na frequência de imigrantes chegando à capital húngara, Budapeste. A Hungria passou a deixar de exigir checagem de visto para os estrangeiros e começou a comprar passagens de trem a fim de facilitar que os imigrantes avancem para o oeste, principalmente para a Alemanha.
Os novos distúrbios ressaltaram nesta segunda-feira a crescente percepção de que a União Europeia precisa chegar a um acordo continental para compartilhar a responsabilidade por abrigar os estimados 340 mil imigrantes que solicitam asilo ao chegarem ao bloco apenas neste ano.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, questionou se um sistema de cotas, baseado no número atual de imigrantes, poderia receber o problema real do fluxo contínuo de pessoas. Mais de 15 mil pessoas cruzaram a fronteira entre a Áustria e a Hungria no fim de semana, tentando chegar à Alemanha.