Milhares de catalães tomaram as ruas nesta sexta-feira, em seu protesto anual pela independência da região da Espanha. A manifestação ocorre antes de uma eleição que o governo regional retrata como um potencial primeiro passo para uma secessão unilateral da Catalunha.
Autoridades do governo catalão e ativistas pela separação planejam as manifestações e vários outros eventos em Barcelona e por toda a região autônoma de 7,5 milhões de pessoas, responsável por um quarto das exportações da Espanha. Os organizadores esperam que centenas de milhares de pessoas saiam às ruas para protestar.
Em 27 de setembro, a Catalunha vai às urnas para eleger membros de seu Parlamento regional, uma eleição que ativistas pela independência retratam como um plebiscito. Caso a posição deles vença nas urnas, eles dizem que começarão unilateralmente o processo de se separar da Espanha.
Nesta sexta-feira (11), muitas pessoas estavam usando as cores amarela e vermelha da Catalunha e tinham bandeiras em apoio à secessão.
Um média de oito pesquisas recentes compiladas pelo jornal El Español mostra o bloco liderado pelo presidente do governo da Catalunha, Artur Mas, com 40% das intenções de voto, enquanto os separatistas de extrema-esquerda do CUP têm 7% das intenções. Os demais votos seriam espalhados entre os grupos contrários à separação, entre eles o de centro-direita Ciudadanos e o bloco apoiado pelo partido de esquerda Podemos. Segundo alguns analistas, um resultado similar nas urnas ainda daria uma maioria apertada para os separatistas, porque a lei eleitoral catalã favorece as regiões rurais, onde eles podem conseguir eleger representantes com menos votos que nas grandes cidades.
Em 2013, após uma eleição regional inconclusiva, mais de 1,5 milhão de catalães foram às ruas, defendendo a independência da região. Em novembro do ano passado, o governo catalão organizou uma consulta, não reconhecida por Madri, em que houve forte apoio à separação, ainda que com baixo comparecimento.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, já disse que seu governo considerará inconstitucional qualquer passo pela independência e atuará para bloqueá-lo. Em vez disso, o governo central propõe negociações sobre um novo acordo financeiro, que cederia aos líderes da Catalunha o controle de parte da receita com impostos da região. Fonte: Dow Jones Newswires.