O número de mortes provocadas pelo terremoto de 8,3 graus que abalou o norte e centro do Chile na noite desta quarta-feira (16) subiu para oito, anunciou nesta quinta-feira (17) o ministro do Interior, Jorge Burgos.
"Devemos lamentar a perda das cinco pessoas que já havia sido informada e acrescentar outras três, para um total de oito falecidos", disse Burgos ao anunciar um balanço oficial atualizado do Escritório Nacional de Emergências (Onemi), em Santiago.
O abalo ocorreu às 19h54 local (de Brasília), diante de Illapel (norte), de 310 mil habitantes, onde se registraram danos em algumas casas e o fornecimento de energia foi interrompido, revelou Burgos. O terremoto balançou prédios e provocou um alerta de tsunami.
O Centro Sismológico Nacional da Universidade do Chile (CSN) situou o epicentro 36 km a oeste da localidade de Canela Baja, na região de Coquimbo (500 km da capital), a uma profundidade de 11 km.
Inicialmente, o Centro Sismológico Nacional informou um tremor de 7,2 graus, mas posteriormente, o governo ajustou a magnitude para 8,4 graus na escala Richter.
O Serviço Sismológico dos Estados Unidos (USGS) relatou um terremoto de 8,3 graus na escala de magnitude, situando o epicentro 230 km ao norte de Santiago.
O Serviço Hidrológico e Oceanográfico da Marinha (Schoa) emitiu um alerta de tsunami para toda a costa do país, ordenando a evacuação das cidades situadas à beira-mar.
A Direção de Hidrografia e Navegação da Marinha de Guerra do Peru (Ideci) também emitiu um alerta de tsunami para o litoral peruano, que foi cancelado posteriormente.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, está no Palácio de La Moneda, em Santiago, onde mantém reuniões com vários ministros para avaliar a situação de emergência.
"As pessoas corriam para todos os lados, não sabíamos para onde ir", contou Gloria Navarro, moradora da cidade de La Serena, no norte chileno, cuja costa foi evacuada diante do risco de tsunami.
"Estávamos saindo do nosso prédio quando tudo começou a balançar, algo muito forte. O chão tremia com muita força", relatou Pablo Cifuentes, morador de Santiago, à rádio Cooperativa.
O terremoto foi de longa duração e seguido de vários tremores secundários muito fortes.
Em Santiago, capital chilena com 6,6 milhões de habitantes, o terremoto causou pânico e milhares de pessoas foram às ruas, constatou um jornalista da AFP.
Os serviços básicos funcionavam normalmente em Santiago, do mesmo modo que a Internet, e o aeroporto foi reaberto após uma revisão das pistas.
Os telefones apresentavam problemas na capital chilena e o metrô suspendeu suas operações devido aos diversos abalos secundários, incluindo um tremor de 6,5 graus, segundo o CSN.
O terremoto foi sentido em Buenos Aires, 1.400 km a oeste de Santiago, onde os prédios balançaram e várias pessoas entraram em pânico.
O abalo foi percebido em várias províncias argentinas, como Catamarca e Tucumán, no norte, Mendoza, oeste, e Córdoba, no centro do país.
Em 2010, a zona central do Chile foi sacudida por um terremoto de 8,8 graus com tsunami que deixou mais de 500 mortos.