O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon pediu, pela primeira vez, que a situação na Síria seja encaminhada para o Tribunal Penal Internacional (TPI), enquanto líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se dirigem a reunião global que tem o conflito como um dos principais assuntos.
Ban Ki-moon falou nesta segunda-feira (28) durante seu discurso na abertura da 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York aos 193 membros da ONU, pouco antes dos discursos de Obama, Putin, do presidente chinês, Xi Jinping, e do presidente iraniano, Hassan Rohani.
O chefe da ONU insistiu em uma solução política para o conflito na Síria, que entrou em seu quinto ano, com mais de 250 mil pessoas mortas.
Embora tenham sido vários os apelos por parte do Conselho de Segurança da ONU para que haja responsabilização pelos crimes que estão a ser cometidos na Síria, o Conselho não conseguiu adotar uma resolução em relação à situação do país destruído pela guerra ao TPI, devido aos vetos dos membros permanentes China e Rússia.
Ban disse que cinco países são a chave para uma solução política para a Síria: a Rússia, os EUA, a Arábia Saudita, a Turquia e o Irã. Ele disse que "sírios inocentes estão pagando o preço pelas bombas e terrorismo" e que lá não existe impunidade para crimes "atrozes".
O conflito sírio é "conduzido por poderes e rivalidades regionais", disse Ban.
Outras crises estarão no centro das discussões dos líderes, incluindo a de refugiados e afins da crise imigratória, a maior desde a Segunda Guerra Mundial.
Ban advertiu que os recursos para tratar dessas crises estão perigosamente baixos. "O sistema humanitário global não está quebrado; ele quebrou" disse ele. A ONU tem apenas metade do que é necessário para ajudar as pessoas no Iraque, Sudão do Sul e Iêmen, e apenas um terço do que é necessário para a Síria.
O chefe da ONU também pediu ao mundo para unir contra a "brutalidade flagrante" de grupos extremistas, incluindo o Estado Islâmico e advertiu contra "a deriva perigosa" na resolução do conflito entre Israel e Palestina, dizendo que é essencial a comunidade internacional pressionar ambos os lados para voltar a se envolver. Fonte: Associated Press.