As pessoas envolvidas na adulteração do programa de monitoramento de emissões em milhões de veículos a diesel do grupo Volkswagen "agiram de maneira criminosa", declarou nessa terça-feira (29) à rede de televisão britânica BBC um membro do Conselho de Administração do grupo alemão.
"As pessoas que permitiram que isto acontecesse, ou que tomaram a decisão de instalar este programa, agiram de maneira criminosa. Devem assumir sua responsabilidade pessoal", declarou Olaf Lies, membro do Conselho de Administração da Volkswagen e ministro da Economia da Baixa Saxônia, no norte da Alemanha.
"Ficamos sabendo dos problemas na última reunião do Conselho, pouco antes da imprensa", disse Lies, que questionou o motivo do conselho não ter sido informado antes sobre os problemas, que eram conhecidos há um ano nos Estados Unidos.
"Cometeram um grande dano porque milhões de pessoas perderam a fé na Volkswagen. Certamente muitos iniciarão ações por danos", completou.
"Tenho vergonha porque pessoas nos Estados Unidos que compraram carros com completa confiança estão decepcionadas", concluiu.
A justiça alemã abriu uma investigação por fraude contra Martin Winterkorn, presidente da empresa que renunciou após a explosão do escândalo. O executivo alega, no entanto, que não estava a par das manipulações, que afetaram quase 11 milhões de veículos a diesel.