O papa Francisco afirmou que uma ponte está sendo reconstruída entre Cuba e Estados Unidos, ao fazer um balanço nesta quarta-feira (30) de sua recente viagem aos dois países.
"De Cuba fui para os Estados Unidos da América, uma passagem que foi emblemática, graças a Deus uma ponte está sendo reconstruída", disse para centenas de fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a tradicional audiência de quartas-feiras.
O pontífice agradeceu a recepção nos dois países durante a viagem de oito dias. Ele retornou para o Vaticano na segunda-feira (28).
"Cheguei a Cuba como 'missionário da misericórdia' e ali vivenciei a esperança e a unidade de um povo que, além de qualquer divisão e sob o olhar maternal da Virgem do Cobre, tira força de suas raízes cristãs e enfrenta o futuro com um espírito de serviço e responsabilidade".
"Pude compartilhar com o povo cubano a esperança de ver cumprir-se a profecia de são João Paulo II: que Cuba se abra ao mundo e o mundo se abra a Cuba. Não mais fechamento, não mais exploração da pobreza, e sim liberdade na dignidade", afirmou.
"Este é o caminho que faz vibrar o coração de tantos jovens cubanos: não uma via de evasão, de ganhos fáceis, e sim de responsabilidade, de serviço ao próximo, de cuidado da fragilidade. Um caminho que traz a força das raízes cristãs daquele povo que sofreu tanto", completou.
Ao falar sobre a visita aos Estados Unidos, o papa argentino ressaltou o "grande patrimônio espiritual e ético" deste país, baseado no "princípio de que todos os homens são iguais e dotados de direitos inalienáveis como a vida e a liberdade".
"Estes princípios são universais e encontram no Evangelho seu máximo cumprimento", disse.
O pontífice recordou seu discurso na sede da ONU, onde tentou "renovar o apoio da Igreja Católica a esta instituição na promoção da paz, recordando também a importância de frear e prevenir todo tipo de violência contra as minorias étnicas e religiosas e contra a população civil", afirmou.
Ao falar sobre o Encontro com as Famílias, na Filadélfia, última etapa da viagem, Francisco reiterou a posição da igreja ante as transformações da família moderna.
"A aliança entre o homem e a mulher é a resposta aos desafios do mundo atual, sendo por sua vez modelo da gestão sustentável da criação", afirmou.
"Olhando bem, não é um acaso que o Encontro Mundial das Famílias tenha acontecido neste momento nos Estados Unidos da América, ou seja, o país que no século passado alcançou o máximo desenvolvimento econômico e tecnológico sem renegar suas raízes religiosas. Agora estas raízes pedem: voltar a partir da família para repensar e mudar o modelo de desenvolvimento, para o bem da família humana inteira", concluiu.
No próximo domingo começa o segundo Sínodo dos Bispos, com a participação de 400 bispos e cardeais de todo o mundo para debater os desafios da família católica moderna.
A segunda fase de reuniões, depois da organizada em outubro do ano passado, abordará uma série de temas que dividem os católicos, incluindo a comunhão para os divorciados que voltam a casar e o tratamento aos homossexuais.