O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, afirmou nesta sexta-feira (1) considerar injusto que alguns países, como Estados Unidos e algumas nações árabes, não recebam mais refugiados e deixem a carga para a Europa.
"É injusto que os Estados Unidos recebam apenas entre 10.00 a 15.000 refugiados, é injusto que Israel não receba nenhum, que a Austrália não receba nenhum, que os países árabes ricos tergiversem e que todo mundo olhe para a Europa", declarou Orban à rádio Kossuth.
Sem Estados Unidos, Rússia, China e os países árabes, nenhuma proposta de solução à crise dos migrantes é viável, completou Orban, que defende uma linha dura na questão dos refugiados.
Na terça-feira (29), na ONU, o premier húngaro propôs um sistema mundial de cotas para "distribuir a carga" dos migrantes, sem citar o nome de qualquer país.
Orban voltou a comparar nesta sexta-feira os milhares de migrantes chegam a cada dia à Europa a simples "refugiados econômicos".
"Se sua vida não está em perigo e se chegaram a um país seguro, não devem poder ir mais longe. Não se pode ser um refugiado 'a la carte', que escolhe o país de destino", disse.
"Pelo menos 80% dos migrantes são homens jovens, um grupo que se parece mais com um exército do que com refugiados", afirmou Orban.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) afirma que um terço dos refugiados são mulheres e crianças.