Papa Francisco pede perdão em nome da Igreja por escândalos recentes em Roma

O Vaticano registrou várias controvérsias nos últimos meses, incluindo o anúncio da homossexualidade de um padre polonês e o vazamento de uma carta privada
Da AFP
Publicado em 14/10/2015 às 8:35
O Vaticano registrou várias controvérsias nos últimos meses, incluindo o anúncio da homossexualidade de um padre polonês e o vazamento de uma carta privada Foto: Foto: AFP


O papa Francisco pediu "perdão" nesta quarta-feira (14) em nome da Igreja pelos escândalos recentes em Roma e no Vaticano, no início de sua audiência semanal na praça de São Pedro. 

O Vaticano registrou várias controvérsias nos últimos meses, incluindo o anúncio da homossexualidade de um padre polonês e o vazamento de uma carta privada enviada por um grupo de cardeais conservadores ao pontífice para protestar contra a metodologia do recente sínodo sobre a família. 

"Gostaria, em nome da Igreja, de pedir perdão pelos escândalos recentes que aconteceram em Roma e no Vaticano. Lhes peço perdão", disse Francisco. 

"É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem", disse, ao citar um trecho da Bíblia. 

O pontífice, de 78 anos, preside um sínodo de três semanas no qual os debates da Igreja sobre a família se viram ofuscados pelos escândalos. 

A divulgação da carta dos cardeais rebeldes recordou na terça-feira o ambiente de intriga do escândalo "Vatileaks" em 2012, quando o mordomo do papa Bento XVI revelou as intensas disputas dentro da cúria e as supostas fraudes cometidas pela administração vaticana. 

A reunião dos bispos começou com as declarações de um padre polonês de 43 anos, Krysztof Olaf Charamsa, que anunciou sua homossexualidade e apresentou seu companheiro. 

Charamsa, membro da Congregação para a Doutrina da Fé, foi afastado imediatamente, mas seu anúncio jogou lenha na fogueira de um debate que opõe conservadores e liberais sobre a relação da Igreja com os homossexuais. 

O papa Francisco também se viu envolvido no mundo da política italiana este mês, depois que negou enfaticamente ter convidado o prefeito de Roma, Ignazio Marino, a sua viagem aos Estados Unidos. 

Muitos consideram que as declarações do papa, que alguns interpretaram como uma demonstração de desprezo, contribuíram para a renúncia de Marino, na segunda-feira.

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