A Hungria vai fechar a sua fronteira com a Croácia à meia-noite, um mês depois de ter feito o mesmo com a fronteira sérvia, anunciou nesta sexta-feira (16) o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto.
A decisão é anunciada um dia depois da conclusão da uma nova barreira antimigrantes.
Mais de 170 mil migrantes entraram na Hungria a partir da Croácia desde 15 de setembro, data em que Budapeste fechou a fronteira com a Sérvia.
Criticada pelas medidas que toma em relação aos migrantes, a Hungria afirma cumprir as suas obrigações de proteger a fronteira externa da União Europeia.
Em entrevista antecipada hoje pela revista alemã Focus, o primeiro-ministro húngaro, o conservador nacionalista Viktor Orban, afirmou que o islamismo nunca fez parte da Europa.
“O Islã nunca fez parte da Europa, veio até nós”, disse o chefe do governo húngaro, que tem assumido posição dura contra a entrada de refugiados na Europa, a grande maioria muçulmanos.
Na entrevista, que será publicada na íntegra neste sábado (17), Orban admite que milhares de imigrantes turcos, a maioria muçulmanos, que chegaram à Alemanha nas décadas de 60 e 70 e que contribuíram com a sua mão-de-obra para a economia alemã “pertencem à história da Alemanha e, portanto, da Europa”.
“Mas, espiritualmente, o Islã não pertence à Europa. É um conjunto de regras de um outro mundo”, acrescentou o primeiro-ministro húngaro, que também criticou as autoridades de Paris e de Berlim por não admitirem que um país expresse as suas dúvidas perante a ideia de uma sociedade multicultural.
“Na Hungria, decidimos o que queremos e o que não queremos. Não queremos isso”, afirmou Orban.