A seis semanas da Conferência do Clima de Paris, 149 países entregaram à ONU seus compromissos de redução de gases de efeito estufa, mas as promessas são insuficientes para conter o aquecimento abaixo do limite de 2°C.
Estes países representam cerca de 90% das emissões atuais.
- CHINA
É o maior poluidor mundial, com 25% das emissões, e comprometeu-se, pela primeira vez, a limitar suas emissões de gases de efeito estufa até no máximo 2030. Durante muitos anos esteve neste ponto na defensiva devido aos imperativos que gerava seu rápido desenvolvimento econômico.
Também maior consumidor mundial de carvão - a energia mais prejudicial - e maior investidor em energias renováveis, a China quer reduzir em 60 a 65% sua intensidade-carbono (emissões de CO2 relativas ao crescimento) em 2030 relativa a 2005 - ou seja, menos 4% ao ano.
- ESTADOS UNIDOS
Segundo maior poluidor mundial, quer reduzir de 26 a 28% suas emissões de hoje até 2025, com relação a 2005.
Trata-se de um objetivo menor do que o dos europeus, mas que vai mais além de contribuições anteriores dos Estados Unidos.
- UNIÃO EUROPEIA
No início de março, a UE (10% das emissões, terceiro posto mundial) foi a primeira a divulgar seu plano: reduzir pelo menos 40% de hoje a 2030 suas emissões relativas a 1990.
- ÍNDIA
A Índia, quarto contaminante mundial, prometeu reduzir sua intensidade-carbono em 35% de hoje a 2030 com relação ao nível de 2005, mas sem estabelecer objetivo de redução global de emissões.
A Índia conta, para isso, com suas energias renováveis (40% de sua eletricidade de hoje a 2030) embora admita sua dependência do carvão, cuja produção se duplicará até 2020.
- RÚSSIA
É o quinto maior emissor mundial e tem como objetivo uma redução de 25 a 30% entre 1990 e 2030.
Mas se for retirado o efeito positivo gerado pelas grandes florestas do país, restaria apenas uma redução das emissões de 6 a 11%, ressalta o Climate Action Tracker, que garante tratar-se de um esforço "inadaptado".
- JAPÃO
O sexto emissor espera reduzir suas emissões em 26% entre 2013 e 2030, e para isso conta com um retorno à energia nuclear, inutilizada após a catástrofe de Fukushima.
As ONG e os institutos de pesquisa também consideram "inadaptado" o projeto do Japão, grande consumidor de carvão.
- BRASIL
O Brasil anunciou que espera reduzir em 43% suas emissões até 2030, com relação a 2005, diversificando suas fontes de energia renováveis.
O plano brasileiro foi bem recebido, embora algumas ONGs considerem insuficiente o esforço contra o desmatamento.
- CANADÁ
Este país, cujo governo conservador decidiu em 2011 sair do protocolo de Kyoto, anuncia uma redução de 30% de hoje a 2030 relativo a 2005.
- AUSTRÁLIA
A Austrália promete uma redução de suas emissões de 26-28% antes de 2030, relativo a 2005.
- OUTROS PAÍSES
Vários países em desenvolvimento apresentaram seus compromissos, muitas vezes condicionados à implementação de mecanismos de assistência financeira e tecnológica.
O México foi o primeiro país emergente a fazê-lo e Gabão, o primeiro africano.
De todos os 149 planos, Etiópia e Marrocos estão entre os poucos qualificados como "suficientes" ou "adaptados" pelas ONGs.
Os últimos planos apresentados até agora foram os de Equador e Afeganistão, apresentados na última terça-feira.
A maioria dos países produtores de petróleo ainda precisam apresentar seus planos, incluindo Venezuela, Arábia Saudita, Irã, Kuwait e Nigéria, entre outros.