Anistia Internacional pede medidas para evitar nova crise migratória na Ásia

Nações Unidas estimam que, no primeiro semestre de 2015, cerca de 31 mil pessoas tenham feito travessia
Da ABr
Publicado em 21/10/2015 às 11:09
Nações Unidas estimam que, no primeiro semestre de 2015, cerca de 31 mil pessoas tenham feito travessia Foto: Foto: AFP


A Anistia Internacional pediu nesta quarta-feira (21) aos governos do Sudeste Asiático que tomem medidas medidas urgentes para evitar nova crise migratória na região, semelhante à que ocorreu em maio deste ano.

As Nações Unidas estimam que, no primeiro semestre de 2015, cerca de 31 mil pessoas tenham feito a perigosa travessia da Birmânia e de Bangladesh com destino à Malásia.

Muitos passageiros, a maioria muçulmanos birmaneses de etnia rohingya e migrantes de Bangladesh, caíram nas mãos de traficantes, que os mantiveram cativos em barcos durante meses.

Em relatório publicado hoje, a Anistia Internacional mostra as constantes agressões, violações e homicídios relatados em entrevistas por 180 sobreviventes.

“A verdade é que aqueles com quem temos falado são ‘sortudos’ por terem chegado à costa. Muitos morreram no mar ou foram traficados para campos de trabalho forçado”, diz Anna Shea, pesquisadora da organização.

Com o fim do período das monções (variação climática que ocorre no Sul e Sudeste da Ásia), a organização alerta que milhares de pessoas podem voltar a arriscar-se no mar e que existe o risco de repetição dos acontecimentos de maio, quando os traficantes deixaram à deriva centenas de pessoas, depois de a Tailândia e a Malásia terem iniciado campanha para combater as redes de tráfico humano que atuam na região.

“Os governos devem fazer mais para prevenir a repetição dessa tragédia humana”, afirma a pesquisadora, recomendando maior cooperação entre os executivos regionais.

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