Assad e Putin examinaram a guerra na Síria em reunião em Moscou

"Estamos dispostos a fazer o que for possível não apenas na luta contra o terrorismo, mas também no processo político", disse Putin a Assad
Da AFP
Publicado em 21/10/2015 às 7:55
"Estamos dispostos a fazer o que for possível não apenas na luta contra o terrorismo, mas também no processo político", disse Putin a Assad Foto: ALEXEY DRUZHININ / RIA NOVOSTI / AFP


O presidente sírio Bashar al-Assad fez uma "visita de trabalho" a Moscou na terça-feira (20) à noite, durante a qual se reuniu com o colega russo Vladimir Putin, anunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Na terça-feira à noite, o presidente da República Árabe da Síria, Bashar al-Assad, fez uma visita de trabalho a Moscou", disse Peskov.

"Estamos dispostos a fazer o que for possível não apenas na luta contra o terrorismo, mas também no processo político", disse Putin a Assad.

Uma solução política do conflito é possível "com a participação de todas as forças política, étnicas e religiosas" do país, afirmou o presidente russo.

"A última palavra sobre a solução do conflito na Síria deve ser do povo sírio", insistiu Putin.

"Obviamente, todos entendem que qualquer ação militar requer os consequentes passos políticos", afirmou Assad.

Esta foi a primeira visita ao exterior do presidente sírio desde o início em seu país de uma revolta popular em 2011, que depois virou uma guerra civil.

O governo da Síria confirmou a viagem de Assad e anunciou que o presidente já retornou para Damasco.

"A visita a Moscou aconteceu na terça-feira e hoje ele está em Damasco", disse à AFP um porta-voz da presidência síria.

Assad agradeceu a Putin por sua "ajuda" na guerra e afirmou que sem a intervenção militar russa na Síria o "terrorismo" teria aumentado.

"Se não fosse pelas ações da Rússia, o terrorismo teria se propagado pela região, teria assumido o controle de um território ainda maior", disse Bashar al-Assad.

"Gostaria de agradecer mais uma vez ao povo russo por seu apoio ao nosso país e expressar a esperança de que venceremos o terrorismo", completou Assad, segundo a imprensa russa.

Putin insistiu na importância que a intervenção na Síria tem para a segurança da Rússia.

"Não podemos permitir que pessoas da ex-União Soviética, com experiência militar e treinadas pelos terroristas na Síria, apareçam no território da Federação da Rússia", disse Putin.

"No mínimo 4.000 pessoas da ex-União Soviética lutam contra as tropas governamentais da Síria", completou o presidente russo.

"A conversa foi bastante longa e os temas óbvios", resumiu o porta-voz do Kremlin.

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