O papa Francisco prometeu a ajuda da Igreja para as famílias dos "refugiados que caminham pelas estradas da Europa", durante a tradicional missa de domingo do Angelus, pronunciado a partir da janela do Palácio Apostólico no Vaticano.
"A igreja não nos abandona", pediu o papa argentino, particularmente sensível ao tema por ser filhos de imigrantes italianos. "Confesso que comparo as fotos dos fugitivos correndo pelas ruas da Europa à profecia do povo peregrino, uma realidade dramática de nosso tempo", disse o papa.
"Essas famílias tão sofridas, retiradas de suas terras, tiveram presentes conosco no Sínodo dos bispos, em nossas orações e nossos trabalhos, através da voz de alguns dos pastores presentes na assembleia", afirmou. "São pessoas em busca de dignidade, essas famílias em busca de paz continuam conosco, a Igreja não as abandona, porque fazem parte do povo que Deus quer libertar da escravidão e guiar rumo à liberdade", agregou.
Alternando caminhadas intermináveis, viagens por via férrea ou em barcos precários, milhares de refugiados continuam a chegar diariamente à Europa, desviando seu curso em função dos fechamento das fronteiras. Mais de 600.000 pessoas atravessaram o Mediterrâneo desde o início do ano, uma onda sem precedentes que tem gerado uma crescente hostilidade para com os refugiados em muitos países.
O papa, que de manhã havia presidido a missa solene de encerramento do sínodo dos bispos na basílica de São Pedro, lembrou que a Igreja "caminha ao lado dos menos favorecidos". "A única forma de salvar os ricos e os primeiros é caminhar com os pobres e com os últimos", alertou.
Francisco agradeceu também a Deus pelas três semanas de "intenso trabalho" durante a assembleia de bispos de todo o mundo, para debater sobre os rumos da família. "Foi cansativo, mas um verdadeiro presente de Deus que seguramente vai render frutos", disse.