O promotor recém-fugido da Venezuela que denunciou suposta manipulação no julgamento do opositor Leopoldo López, condenado a quase 14 anos de prisão sob pretexto de incentivar protestos violentos, divulgou um segundo vídeo com novas acusações contra o Ministério Público do país.
Um dos principais responsáveis pela acusação contra López, o promotor Franklin Nieves afirma na gravação que recebeu instruções para prender o opositor no dia 10 de fevereiro, dois dias antes dos acontecimentos pelos quais a ordem de prisão acabou emitida.
Nieves relata ter sido enviado a San Cristóbal, cidade no extremo oeste da Venezuela onde havia protestos estudantis, para esperar e prender López, que planejava se juntar aos manifestantes.
Após o cancelamento do voo que levaria López de Caracas a San Cristóbal, o promotor diz ter sido despachado de volta à capital.
"Quando chegamos a Caracas, recebi uma chamada do diretor de atuação processual do MP [Joel Espinoza] porque iria começar uma investigação. [Ele] pediu que fosse emitida uma ordem de prisão contra López", diz Nieves, que se encontra em Miami, segundo o "Wall Street Journal."
No primeiro vídeo, divulgado no sábado, o promotor anunciou que havia decidido fugir por causa das "pressões" do governo para condenar López com provas falsas.
A defesa do opositor exige a anulação do processo e da sentença.