As grandes cidades de países emergentes, como Brasil, China e Índia, consolidaram-se como os destinos dos maiores fluxos de migração doméstica e internacional, segundo a Organização Internacional de Migrações (OIM).
Em relatório, a entidade cita como novas zonas dos fluxos migratórios o leste e o sul da China, o Sudeste Asiático, o Leste Europeu, a África do Sul, o norte do México, a região de Buenos Aires e o centro-sul do Brasil.
No caso asiático, o crescimento econômico engrossou o fluxo da população rural em direção às metrópoles da Índia e da China. Dentre as que receberam mais migrantes, estão as chinesas Cantão e Shenzen e a indiana Mumbai.
Estas mesmas cidades receberam também forte imigração estrangeira de trabalhadores poucos qualificados vindos de outros países da Ásia e da África e de europeus e americanos mais qualificados para as indústrias locais.
O fenômeno se repetiu em Cingapura, Jacarta e Bancoc. Nas monarquias do golfo Pérsico, africanos e asiáticos pouco qualificados foram atraídos pelo desenvolvimento provocado pelo período de altos preços do petróleo.
A chegada destes imigrantes fez com que Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, chegasse a ter 83% de estrangeiros. O percentual é o mais alto entre as metrópoles pesquisadas pela organização, em uma lista dominada por cidades da América do Norte, da Oceania e da Europa.
A bonança econômica também é apontada como o principal motivo para o crescimento da imigração na África do Sul, enquanto na Nigéria o principal motivo de deslocamento é o conflito armado contra o Boko Haram.
BRASIL
No caso brasileiro, o centro-sul continua sendo o principal centro de atração. Porém, o fluxo agora é majoritariamente de estrangeiros, mudando a tendência das últimas décadas de migração vinda da Região Nordeste.
Fenômeno similar ocorre na Grande Buenos Aires, que tem fortes comunidades de bolivianos, peruanos e paraguaios. As cidades do norte do México passaram a ser o lar dos centro-americanos que não conseguem entrar nos EUA.
Apesar do aumento da imigração, a OIM mostrou preocupação com o alto nível de informalidade destes estrangeiros nestes países, principalmente na Ásia, as más condições de habitação e o crescimento da xenofobia.
A entidade recomendou aos governos locais, à iniciativa privada e à sociedade civil que se preocupem com a integração destes migrantes, através da geração de empregos, da moradia digna, da educação e da infraestrutura.