Os chefes da diplomacia da Rússia, Estados Unidos, Arábia Saudita e Turquia iniciam nesta quinta-feira em Viena o segundo ciclo de conversações sobre a guerra na Síria, que pela primeira vez terá a participação do Irã, principal aliado da Síria no Oriente Médio.
A presença do chanceler iraniano Mohamad Javad Zarif nas negociações internacionais sobre o conflito sírio representa uma grande mudança diplomática, defendida por Moscou.
Esta é a primeira vez que o Irã estará representado em uma reunião internacional sobre a Síria, depois de não ter sido convidado para as conferências de 2012 e 2014 em Genebra.
As duas grandes potências rivais da região, Irã (xiita) e Arábia Saudita (sunita), discordam sobre a Síria. Riad apoia grupos rebeldes e participa nos bombardeios aéreos liderados pelos Estados Unidos contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI). Teerã apoia o regime do presidente Bashar al-Assad financeira e militarmente.
A Rússia desejava há muito tempo a participação de Teerã em reuniões sobre a Síria, mas o governo dos Estados Unidos era contrário. Mas na terça-feira, para surpresa geral, Washington anunciou uma mudança de posição.
O Irã se unirá às conversações na sexta-feira, ao lado dos chefes da diplomacia do Líbano e Egito. Também estarão presentes os ministros das Relações Exteriores da França, Reino Unido, Alemanha e a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
As "conversações ampliadas" serão precedidas nesta quinta-feira por uma reunião entre os chefes da diplomacia da Rússia, Sergei Lavrov, Estados Unidos, John Kerry, Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, e Turquia, Feridun Sinirlioglu.
A guerra civil na Síria provocou mais de 250 mil mortos desde 2011.