A Conferência de Paris sobre o clima (COP21) ficará sem dúvida concentrada à negociação, com o cancelamento dos shows e eventos festivos, após os atentados de sexta-feira (13) passada, afirmou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.
"Todos os chefes de Estado e de Governo do planeta virão e devem passar uma mensagem mundial de apoio e solidariedade à França", disse Valls à rádio RTL, em referência ao grande encontro mundial sobre o clima, previsto para acontecer entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro.
"Nenhum chefe de Estado, nenhum chefe de Governo apresentou um pedido de adiamento", completou.
"Com certeza, uma série de eventos previstos não acontecerão. Sem dúvida, (o encontro) ficará limitado à negociação", completou o chefe de Governo.
"Estamos examinando, mas toda uma série de atividades externas à COP, toda uma série de shows, de eventos do tipo festivo serão cancelados, sem dúvida nenhuma", disse.
Mais de 100 chefes de Estado e de Governo confirmaram presença na abertura da COP21, incluindo os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da China, Xi Jinping, assim como a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Também devem participar na conferência milhares de representantes de ONGs, em fóruns paralelos às negociações sobre a redução das emissões de gases do efeito estufa e à meta de limitar o aquecimento global ao máximo de 2º graus centígrados na comparação com a era pré-industrial.
Os atentados de sexta-feira (13), reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), deixaram pelo menos 129 mortos e mais de 350 feridos na capital francesa. Após os ataques, algumas pessoas questionaram a a manutenção da COP21, mas o presidente francês François Hollande decidiu manter o evento e Obama confirmou presença.
Valls considera a COP21 "uma oportunidade de demonstrar nossa vontade de combater o radicalismo e o fanatismo.
"Não se deve fazer nada que possa colocar em perigo as pessoas que participam em atos públicos em Paris", declarou.
"Nós teremos que organizar este grande encontro sobre o clima e as forças de segurança terão que concentrar-se no essencial", explicou.