O irmão de Salah Abdeslam, um dos principais suspeitos nos ataques terroristas de Paris e alvo de um mandado de prisão internacional, declarou nesta segunda-feira (16) não saber onde seu irmão está.
"Nós não sabemos onde ele está agora. Nós não sabemos, dada as atuais tensões, se ele se atreveria ou não a se entregar à justiça. (...) Era um jovem normal", afirmou nesta segunda-feira Mohamed Abdeslam, morador de Molenbeek, um bairro de Bruxelas, horas depois de ser libertado pelos tribunais belgas.
Mohamed Abdeslam é também o irmão de um dos suicidas mortos nos ataques que fizeram ao menos 129 vítimas na sexta-feira em Paris e que foram reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Interrogado sobre a jornada desses dois irmãos, Abdeslam disse não saber nada a respeito.
"Não, nós não sabíamos. Nem nós, nem a nossa família. Eles já não são meninos, são maiores de idade. Nós não perguntávamos para onde iam sempre que saíam de casa", afirmou.
"Estamos sentidos pelo que aconteceu. Recebemos a notícia como muitos de vocês. E não imaginávamos que um dos meus irmãos estaria ligado aos ataques", afirmou, antes de expressar um pensamento às vítimas.
"É claro que pensamos nas vítimas, em suas famílias. Mas é preciso entender que nós também temos uma mãe, temos uma família, e ele continua a ser apesar de tudo seu filho", concluiu o terceiro membro dos irmãos Abdeslam.
Mohamed Abdeslam foi preso no sábado em Molenbeek, uma localidade na região de Bruxelas acusada de ser um terreno fértil para jihadistas, mas foi libertado nesta segunda-feira no início da tarde "sem qualquer acusação", segundo sua advogada, Nathalie Gallant.
"Ele tem um álibi. Na sexta-feira à noite, estava com seu sócio em Liège (leste da Bélgica), onde trabalha em um projeto de restauração de um bar. As declarações do sócio" confirmam que ele "não poderia ter estado em Paris na sexta-feira", acrescentou. "Ele não estava em contato com seus irmãos nos últimos dias", garantiu.