A polícia belga interrogou antes dos atentados de Paris dois irmãos Abdeslam, Brahim, que detonou um cinturão de explosivos preso ao corpo na sexta-feira, e Salah, fugitivo, mas eles "não mostraram sinais de representar uma possível ameaça", afirmou a procuradoria.
Brahim Abdeslam, de 31 anos, "tentou viajar à Síria, mas só conseguiu chegar à Turquia", declarou Eric Van Der Sypt, porta-voz da procuradoria, confirmando declarações ao site Politico.
"Foi interrogado em seu retorno, assim como seu irmão", completou Van Der Sypt em referência a Salah Abdeslam, de 26 anos, suspeito de participação nos atentados e muito procurado pela polícia.
"Sabíamos que haviam se radicalizado e que poderiam tentar viajar à Síria, mas não deram sinais de representar uma possível ameaça. Mesmo que tivéssemos informado a França, duvido que teríamos conseguido detê-los", prosseguiu o porta-voz, confirmando que a Bélgica não transmitiu a Paris as informações sobre os dois franceses residentes no reino.
Brahim não foi indiciado quando retornou da Turquia, "pois não tínhamos a prova de que participava em atividades de um grupo terrorista", explicou o porta-voz.
Salah Abdeslam, com antecedentes policiais por roubo e tráfico de drogas, figura em um caso de assalto ao lado de um conhecido jihadista belga, Abdelhamid Abaaoud, suspeito de ser um dos mentores dos atentados de Paris.
Nesta quarta-feira, as forças especiais francesas realizaram uma operação em Saint-Denis, subúrbio de Paris, para tentar capturar Abaaoud. Dois suspeitos morreram e sete pessoas foram detidas na ação. Até o momento a polícia não informou se ele está entre os mortos ou detidos.
A polícia holandesa anunciou nesta quarta-feira que Salah Abdeslam foi detido brevemente em fevereiro no país por posse de maconha. Seu nome também aparece nos arquivos de um posto de controle rodoviário do oeste da Áustria, pouco depois de atravessar a fronteira a partir da Alemanha.