Maduro pede saída de ministros após derrota nas eleições legislativas

Com a coligação da Mesa da Unidade Democrática, a oposição obteve, nas eleições de domingo, 112 dos 167 lugares que compõem o Parlamento venezuelano
Da ABr
Publicado em 09/12/2015 às 7:41
Com a coligação da Mesa da Unidade Democrática, a oposição obteve, nas eleições de domingo, 112 dos 167 lugares que compõem o Parlamento venezuelano Foto: Foto: AFP


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu aos seus ministros que se demitam, com o objetivo de fazer uma “reestruturação” do governo após a vitória da oposição nas eleições parlamentares de domingo (6).

"Eu pedi ao Conselho de Ministros que apresente a demissão, para que possa efetuar um processo de restruturação, de renovação e de profundo relançamento de todo o governo nacional", disse Maduro durante programa semanal de rádio e televisão.

“Isto é o que eu quero: um programa para a nova etapa da revolução, com revisão profunda, um começo”, disse o chefe de Estado venezuelano.

Com a coligação da Mesa da Unidade Democrática (MUD), a oposição obteve, nas eleições de domingo, 112 dos 167 lugares que compõem o Parlamento venezuelano, uma maioria de dois terços que lhe confere amplos poderes.

Nicolás Maduro, cujo mandato termina em 2019, convocou para amanhã (10) o seu partido, o Socialista Unido da Venezuela (PSUV), para um dia de consultas.

A vitória da oposição nas eleições parlamentares, a primeira em 16 anos, marca uma virada histórica contra o chavismo, que detinha, até agora, a totalidade dos poderes.

O resultado eleitoral ocorre em momento de descontentamento popular devido à crise econômica no país, com a queda do preço do petróleo.

O secretário executivo da MUD, Jesus Torrealba, informou que os 112 deputados vão se reunir nesta quinta-feira para discutir o seu papel na futura assembleia, que será instalada em 5 de janeiro.

A maioria de dois terços da oposição permite, por exemplo, convocar um referendo ou estabelecer uma assembleia onstituinte.

Além disso, a oposição “poderá reformular a composição do Tribunal Supremo que, nos últimos tempos, tomou decisões favoráveis ao governo”, explicou Carlos Malamud, especialista em América latina no Instituto Real Elcano de Madrid, segundo a agência France Presse.

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