Suprema Corte do Panamá ordena detenção de ex-presidente Martinelli

Martinelli foi declarado à revelia por não ter se apresentado a uma audiência do processo que o acusa de espionagem a opositores durante seu governo
Da AFP
Publicado em 22/12/2015 às 9:15
Martinelli foi declarado à revelia por não ter se apresentado a uma audiência do processo que o acusa de espionagem a opositores durante seu governo Foto: Foto: AFP


A Suprema Corte do Panamá ordenou a detenção por espionagem do ex-presidente Ricardo Martinelli, que se encontra em paradeiro desconhecido e que reagiu nesta terça-feira em um tuíte afirmando ser alvo de um julgamento político.

Martinelli é alvo desta ordem de prisão depois de ter sido declarado no dia 11 de dezembro à revelia por não ter se apresentado a uma audiência do processo que o acusa de espionagem a opositores durante seu governo (2009-2014).

Martinelli havia abandonado o Panamá em janeiro, um dia após a Suprema Corte iniciar investigações por outro caso de suposta corrupção. O ex-presidente pegou um avião com destino à Flórida, mas seu paradeiro atual é desconhecido.

Nesta terça-feira, poucas horas após a justiça panamenha ordenar sua detenção, Martinelli tuitou: "Round 1 de julgamento político: sem processo, sem acusação, sem a devida notificação e sem condenação é ordenada a prisão provisória".

Martinelli, de 63 anos, é acusado, junto a outros dirigentes das forças de segurança, de interceptar as comunicações de 150 pessoas, entre empresários, jornalistas, dirigentes da sociedade civil e políticos opositores ao seu governo.

O ex-presidente direitista também é investigado pela Suprema Corte pelo suposto superfaturamento em um contrato de 45 milhões de dólares para a compra de comida desidratada para escolas públicas.

Martinelli, um magnata do setor de supermercados que alcançou a presidência prometendo uma cruzada contra a corrupção, é mencionado em outra dezena de casos que a justiça investiga em relação a crimes financeiros, compras com sobrepreços e cobranças de comissões pelo pagamento de impostos.

No entanto, o ex-presidente e seus seguidores alegam que se trata de uma perseguição política de seu sucessor, Juan Carlos Varela, antigo aliado de Martinelli até que o afastou de seu cargo de chanceler em 2011.

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