Esquerda radical decide se apoia governo separatista na Catalunha

Independentistas conquistaram maioria absoluta no Parlamento catalão após as eleições regionais de 27 de setembro
Da AFP
Publicado em 27/12/2015 às 13:39
Independentistas conquistaram maioria absoluta no Parlamento catalão após as eleições regionais de 27 de setembro Foto: Foto: LLUIS GENE / AFP


Os militantes da esquerda anticapitalista decidem neste domingo (27) se apoiam a formação de um novo governo na Catalunha chefiado pelo liberal Artur Mas para avançar em direção à independência desta rica região do nordeste da Espanha.

Os independentistas conquistaram maioria absoluta no Parlamento catalão após as eleições regionais de 27 de setembro, o que lhes permitiu aprovar uma polêmica moção que declarou o início de um processo de secessão nesta rica região de 7,5 milhões de habitantes e sua insubmissão às instituições espanholas.

Mas foram incapazes de formar governo pelas divergências ideológicas entre a coalizão de esquerda e direita Juntos por el Sí (62 deputados) e a anticapitalista Candidatura de Unidad Popular (CUP, 10 deputados).

O Juntos por el Sí (Juntos pelo Sim) precisa de ao menos dois deputados da CUP para reeleger o presidente em fim de mandato Artur Mas, mas a esquerda radical exige um plano de medidas sociais e uma figura de consenso para liderar o governo regional.

Nesta semana, a coalizão apresentou proposta com medidas para lutar contra a pobreza infantil e os desalojamentos e paralisar algumas privatizações. No entanto, manteve a candidatura de Mas, criticado pela CUP pelas políticas de austeridade e pelos escândalos de corrupção em seu partido CDC.

Neste domingo, o partido anticapitalista, antieuropeísta e anti-Otan submeterá a proposta à votação de mais de 3.500 militantes reunidos em uma assembleia em Sabadell, uma pequena cidade 30 km ao norte de Barcelona.

"Se a assembleia votar não a esta proposta, não há possibilidade de acordo", afirmou o porta-voz da CUP, Albert Botran, ressaltando que os deputados eleitos não votarão para não influenciar na decisão.

O imprevisível resultado mantém em suspense a região que, se até 9 de janeiro não conseguir se dotar de um novo governo, deverá realizar novas eleições, as quartas desde 2010.

Por sua vez, se a CUP validar a proposta, o Mas pode tomar posse até o fim do ano e começar a mobilizar seu plano para declarar a independência em um prazo máximo de 18 meses.

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