A operação antiterrorista realizada na terça-feira (1) na região de Irbid, na Jordânia, perto da fronteira com a Síria, permitiu frustrar ataques do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), afirmaram nesta quarta-feira os serviços de inteligência jordanianos.
O EI planejava "ataques contra instalações civis e militares para desestabilizar a segurança nacional", afirmaram os serviços de inteligência jordanianos em um comunicado após uma operação, que terminou com a morte de sete jihadistas e de um oficial de segurança.
A cidade de Irbid está localizada a alguns quilômetros da fronteira com a Síria, onde as forças de segurança da Jordânia interceptam e prendem com frequência tanto traficantes de drogas quanto jihadistas que tentam se unir às fileiras dos extremistas na Síria.
A Jordânia participa ativamente na coalizão liderada pelos Estados Unidos que realiza ataques aéreos na Síria e no Iraque com o objetivo de combater o EI. Após a morte de um piloto jordaniano, capturado e queimado vivo pelo grupo jihadista em fevereiro de 2015 na Síria, Amã intensificou seus bombardeios.
Os serviços de inteligência indicaram nesta quarta que "os terroristas se recusaram a se render e opuseram uma forte resistência, usando armas automáticas".
Para estes serviços, os sete "terroristas mortos portavam cintos explosivos".
Armas automáticas, munições e explosivos foram apreendidos durante a operação, disseram, acrescentando que o trabalho de investigação prévio permitiu prender 13 pessoas ligadas aos jihadistas.
Para Mohamed Abu Roman, especialista em grupos islamitas no Centro de Estudos Estratégicos da Universidade da Jordânia, a operação de Irbid marca uma virada na luta anti-jihadista.
Inicialmente, temia-se ataques de "lobos solitários" simpatizantes do EI. Agora, os confrontos em Irbid refletem "uma mudança na relação entre a corrente salafista jihadista na Jordânia e o EI", estima o especialista, que acredita que os salafistas optaram por recorrer à violência e estreitar seus vínculos com o grupo extremista.
A Jordânia alterou em 2014 uma lei anti-terrorismo para criminalizar a "filiação ou tentativa de pertencer a qualquer grupo armado ou organização terrorista". Desde então, dezenas de simpatizantes de grupos jihadistas foram julgados e detidos.
De acordo com fontes próximas aos islamitas da Jordânia, cerca de 4.000 jordanianos fazem parte de grupos jihadistas e 80% deles aderiram à organização EI. Além disso, cerca de 420 jordanianos jihadistas morreram no Iraque e na Síria desde 2011.