Papa: benfeitores da Igreja que maltratam trabalhadores devem queimar seu 'dinheiro sujo'

Diante de fiéis reunidos na praça de São Pedro, nesta quarta-feira (2), o Papa se distanciou do texto previsto para criticar as pessoas que se dizem cristãs e que exploram o próximo
Da AFP
Publicado em 02/03/2016 às 11:29
Diante de fiéis reunidos na praça de São Pedro, nesta quarta-feira (2), o Papa se distanciou do texto previsto para criticar as pessoas que se dizem cristãs e que exploram o próximo Foto: Foto: VINCENZO PINTO / AFP


O papa Francisco criticou nesta quarta-feira (2) "alguns benfeitores" da Igreja cujo "dinheiro é fruto do sangue" dos trabalhadores maltratados e os convocou a queimar seus cheques porque "o povo de Deus não precisa de dinheiro sujo".

Na audiência geral, diante de 30 mil fiéis reunidos na praça de São Pedro, o Papa se distanciou do texto previsto para criticar severamente as pessoas que se dizem cristãs e que exploram o próximo.

"Penso em alguns benfeitores da Igreja, que vêm doar sua oferenda à Igreja, e sua oferenda é fruto do sangue de tanta gente maltratada, escravizada, mal paga no trabalho!", insistiu, visivelmente incomodado.

"Digo a elas: por favor, peguem de volta seus cheques e queimem. O povo de Deus, ou seja, a Igreja, não precisa de dinheiro sujo, mas de corações abertos à misericórdia de Deus", prosseguiu.

Em suas viagens e em Roma, Jorge Bergoglio critica com frequência a exploração, a escravidão, a precariedade social, as máfias, o trabalho e recrutamento de crianças ou as redes de traficantes de seres humanos.

O papa também encorajou a organização de vários seminários no Vaticano sobre estes temas, em colaboração com a polícia de vários países. Denuncia insistentemente os lucros dos vendedores de armas e a exploração de pedras preciosas.

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