Centenas de trabalhadores cubanos finalizam os preparativos na capital Havana para receber Barack Obama, o primeiro presidente norte-americano, em exercício, a visitar a ilha caribenha em 88 anos. Nos últimos dias, o governo de Cuba acelerou as providências, que incluem a restauração de prédios, limpeza dos principais monumentos de Havana e repavimentação de ruas e estradas, como a famosa avenida à beira-mar Malecón, onde está instalada a embaixada dos Estados Unidos, reaberta oficialmente em agosto passado.
Obama chega à cidade na tarde deste domingo (20), 15 meses depois que os dois países anunciaram planos para restaurar relações. Acompanhado da primeira-dama Michelle, das filhas Malia e Sasha e da sogra Marian Robinson, Obama visita, ainda no domingo, alguns pontos de Havana Velha, como a catedral, onde serão recebidos pelo arcebispo de Havana, cardeal Jaime Ortega. Ortega é apontado como uma das principais figuras que participaram das negociações, lideradas pelo papa Francisco, pelo acordo de reaproximação.
Separados por apenas 145 quilômetros, Estados Unidos e Cuba viveram um congelamento diplomático que durou mais de 50 anos. Desde 1961, quando as relações entre os dois países foram cortadas, depois da revolução cubana liderada por Fidel Castro, os cubanos viveram sob o embargo econômico dos Estados Unidos. Ao longo destes anos, a única visita de um presidente norte-americano ao país foi feita por Calvin Coolidge, em 1928.
A agenda oficial começa na segunda-feira (21), quando o presidente norte-americano visita o memorial do poeta e herói nacional cubano José Martí e segue para encontro bilateral com o seu homólogo cubano, Raul Castro. De acordo com a Secretaria de Imprensa do governo norte-americano, Obama vai discutir a ampliação das relações com o governo local, buscando avanço dos laços comerciais que podem melhorar o bem-estar do povo cubano, e formalizar apoio aos direitos humanos.
Barack Obama fica no país até terça feira e ainda deve se encontrar com empresários e representantes de diferentes segmentos sociais. Nas últimas entrevistas concedidas sobre a viagem, o presidente norte-americano tem reforçado que as medidas para a retomada das relações com Cuba não devem ser consideradas concessões.